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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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O uso da tecnologia na luta contra a obesidade

Um estudo realizado pela empresa The Milken Institute demonstrou que a cada 10% de crescimento nas tecnologias, haverá mais 4,2 milhões de cidadãos com uns quilos a mais. Caso não consigamos frear essa tendência, em 2030 o número de obesos latino-americanos chegará a 30% da população, segundo os dados do Banco Mundial. De acordo com […]

Por fernanda
Atualizado em 25 fev 2017, 18h27 - Publicado em 25 nov 2014, 16h24

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Um estudo realizado pela empresa The Milken Institute demonstrou que a cada 10% de crescimento nas tecnologias, haverá mais 4,2 milhões de cidadãos com uns quilos a mais. Caso não consigamos frear essa tendência, em 2030 o número de obesos latino-americanos chegará a 30% da população, segundo os dados do Banco Mundial.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade converteu-se numa epidemia global que ceifa a vida de ao menos 2,8 milhões de adultos por ano. Para o caso da América Latina, essas cifras supõem um aumento pouco desejável de consultas médicas, de gastos com saúde e de populações com um risco maior de sofrer enfermidades não transmissíveis, tais como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares.

Embora o Brasil nem de longe tenha atingido o patamar do México e Estados Unidos, em 2012 cerca de um em cada sete brasileiros foi classificado como obeso. Em 1975, só 19% dos homens brasileiros e 29% das mulheres brasileiras tinham excesso de peso; em 2014 esses números tinham aumentado para 54% e 48%, respectivamente.

Não cabe dúvida de que a Internet mudou a forma como vivemos e nos comunicamos, mas há uma revolução tecnológica ainda maior bem na esquina: a predição da General Electric de que, em 2025, a Internet vai afetar a metade do produto interno bruto (PIB) mundial. É aí que se encontra o mercado móvel de saúde, em que decidiu apostar para melhorar a saúde de seus usuários.

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Hoje em dia, há mais de 5.820 aplicativos médicos de saúde e fitness disponíveis para os smartphones, que ajudam as pessoas a controlar o sobrepeso e até lhes dão incentivos para ter uma vida mais ativa. Neste link, podemos ver os aplicativos mais usados no Brasil: https://www.appbrain.com/apps/country-brazil/health-and-fitness/.

Embora não seja possível comprovar que são eficazes e a literatura médica tenha pouco a dizer sobre sua eficácia para os adolescentes, as grandes empresas, como Fitbit, Apple e Kurbo buscam soluções para essa epidemia de obesidade e também para outras doenças não transmissíveis.

 

Aqui apresentamos três soluções que pretendem revolucionar o mercado:

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Fitbit: Soluções que ajudam a melhorar a saúde mediante exercícios, alminentação, peso e sono.

Os produtos Fitbit ganharam numerosos prêmios, entre eles o de vice-campeão do TechCrunch50 en 2008. Entretanto, essa empresa está claramente determinada a continuar sendo um ator relevante neste mercado em crescimento. Em setembro de 2014, a Fibit decidiu fazer um estudo do impacto sobre os jovens. O estudo foi realizado na escola de Lakewood, na Flórida, e para ele foram selecionados 50 alunos com sobrepeso para um acompanhamento de seus níveis de atividade, utilizando a pulseira conectada do Fitbit. Os estudantes poderiam sincronizar suas pulseiras ao MyFitnessPal, um aplicativo que também pode acompanhar sua dieta diária. Quando cai o nível de atividade de um jovem, os investigadores podem enviar uma mensagem via celular ou Twitter, com conselhos em tempo real. O foco da pulseira não está na perda de peso, mas sim no ensino de hábitos saudáveis em uma idade crítica, para assim minimizar a possibilidade de que os jovens se convertam em adultos obesos e a ocorrência do risco de desenvolvimento de outras doenças, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.

 

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Kurbo Salud, um sistema que funciona com a psicologia do semáforo.

O Kurbo Salud  debutou em TechCrunch em maio de 2014. Trata-se de um aplicativo para smartphone inspirado no programa de obesidade infantil de Stanford. O aplicativo ajuda as crianças (e adultos) a manter um registro dos alimentos consumidos. Permite que rastreiem o que não devem comer e seu progresso no caminho de uma vida mais saudável.

O sistema funciona com a psicologia do semáforo: os alimentos com muitas calorias são representados pela cor vermelha; os alimentos que devem ser comidos com moderação estão em amarelo e os alimentos ideais para sua dieta ficam em verde.

O aplicativo também oferece treinamento e apoio de especialistas, com notificações recordatórias. As mensagens chegadas aos usuários são de felicitações quando mantêm uma boa alimentação. Esse aplicativo também manda à família mensagens estimulando para que continuem dando seu apoio fora do smartphone.

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A Apple também aposta na saúde com seu “Health App”.

 

A Apple faz sua aposta em Salud 2.0 e tem certeza de que, em 2015, vai liderar o que eles chamam “Apple’s Health Revolutions”. Em 9 de setembro de 2014, a Apple lançou o iPhone 6, o novo sistema operacional IOS 8 e seu novo relógio, que estará à venda no ano que vem. Mas a integração de todos esses elementos com a plataforma KealthKit é o que, na opinião da empresa, vai revolucionar a forma como integramos todos os dados de nossa saúde. O aplicativo consiste em um painel com informações e gráficos sobre calorias, peso, pulso, glicemia, etc. Seu objetivo é recolher todas as informações sobre nossa saúde coletadas por um sem-fim de apps, como o Doctor eBooking, por exemplo, para depois colocar numa só aba. Também se espera que esse aplicativo apresente informações sobre o contato em caso de emergência, medicações ou alergias, entre outros dados-chave. As informações serão acessíveis mesmo quando o terminal estiver bloqueado. Cremos que vá ser um aplicativo muito inovador e que vai abrir a porta para que, no futuro seja possível administrar as datas de consulta médica com o mesmo app.

O mercado móvel de saúde global, que inclui todos os aplicativos de fitness e “wearable technology”, crescerá de US$ 1,95 bilhões em 2012, para US$ 49 bilhões em 2020 de acordo com a investigação da Grand View Research, Inc. o que nos dá toda uma gama de possibilidades para continuarmos mostrando os bons hábitos de uma vida saudável.

A proliferação e disponibilidade desses dispositivos e aplicativos continuará crescendo e já está na prancheta o papel onde vai ser projetada a roupa inteligente do mercado de saúde. Essa roupa vai permitir coletar dados biométricos em tempo real e logo teremos grandes quantidades de dados de roupa inteligente compondo um perfil da saúde do usuário.  Com o tempo, todos esses dados proporcionarão uma visão da saúde pública do mesmo modo que o fazem as tecnologias portáteis, que chegaram para substituir os métodos tradicionais e ineficientes de compilação de informações.

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Poderíamos também vincular essas informações aos prontuários médicos digitais. Em lugar de registrar um par de sinais vitais a cada poucos anos, os sensores de vestuário poderiam proporcionar uma hora, ou até um registro diário, em tempo real, de informações de saúde-chave para nossos médicos.

Temos ainda muito caminho a percorrer, mas as tendências nos mostram que o setor de saúde e a tecnologia se propuseram a abordar essa grande epidemia de que todos poderíamos padecer: a obesidade. E que a tecnologia agora, mais que nunca, ocupa um lugar crítico no setor de saúde.

 

 mocinha

 

A autora deste artigo é Alejandra Luzardo, Especialista Sênior em Comunicações e Estrategista Líder em Produtos de Inovação no Banco Interamericano de Desenvolvimento. Mestrado em Comunicações e Produção Cinematográfica pela American University. Membro fundadora da escola Pro Diseño em Caracas, Venezuela, e Cofundadora da Demand Solutions, uma plataforma para inovadores globais, focada em inspirar inovação, criatividade e espírito empresarial.

 

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