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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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A nova cepa do coronavírus. O que precisamos saber?

A variante surgida no Reino Unido pode ser mais perigosa que a anterior? A vacina funciona contra ela? Veja o que a ciência já sabe a respeito

Por Helio Magarinos Torres Filho e Pedro Fernandez Del Peloso
Atualizado em 6 jan 2021, 21h50 - Publicado em 6 jan 2021, 13h44

Nos últimos dias foram divulgadas muitas informações sobre a identificação de um novo tipo de SARS-CoV-2, o vírus responsável pela Covid-19. Em que isso pode implicar?

–  No Reino Unido (UK), uma variante de SARS-CoV-2, conhecida como linhagem UK B.1.1.7 VOC 202012/01 surgiu com um número atipicamente superior de mutações. Desde então, essa variante foi detectada em vários países ao redor do mundo, incluindo nos Estados Unidos (EUA), Canadá e Brasil, dentre outros.

– O que se sabe até agora sobre essa variante?

Esta variante apresenta mutações em uma parte do vírus conhecida como proteína S, de spike ou espícula. A proteína S é responsável pela ligação do vírus às células humanas, também conhecidas como células hospedeiras. Ou seja, é o mecanismo utilizado pelo vírus para entrar nas células e, a partir daí se disseminar pelo organismo, principalmente nos pulmões. Estima-se que essa variante tenha surgido pela primeira vez no Reino Unido em setembro de 2020 e desde então, vários países relataram casos da linhagem UK B.1.1.7.

– O que diferencia este novo tipo de coronavírus do outro?

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Os estudos iniciais apontam que, devido a essas modificações ou mutações, a variante do SARS-CoV-2 tenha se tornando mais transmissível e com maior capacidade de infectar mais pessoas e com maior rapidez. Daí a preocupação em relação a ocorrer um colapso nos sistemas de saúde devido à maior quantidade de hospitalizações.

– A nova cepa pode ser mais perigosa do que a anterior? 

Não existe até o momento, dados que indiquem que a nova cepa UK B.1.1.7 possa causar doença mais grave ou matar mais do que o vírus original, mas apenas que é mais transmissível.

– As vacinas vão funcionar também para esta nova cepa?

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Em relação à ação das vacinas, ainda não existem as informações completas, pois os pesquisadores ainda estão fazendo os testes, mas, a princípio, acham que as vacinas funcionarão para a nova cepa UK B.1.1.7. Talvez em algumas semanas teremos dados mais concretos.

– Os testes utilizados para a detecção do vírus, como o RT-PCR, podem ser afetados pelas mutações da nova cepa? Podem não detectar a presença do vírus?

As mutações foram detectadas em uma parte do vírus, conforme descrito acima. O que acontece é que os testes utilizados para a detecção do vírus, como o RT-PCR, já prevendo a possibilidade de mutações, como ocorre na maioria dos vírus, foram desenhados para detectar partes diferentes do vírus. Então, mesmo havendo modificações em uma das partes do vírus, as outras continuarão a ser detectadas e os testes não serão afetados. No Brasil, todos os testes aprovados pela ANVISA não deixarão de funcionar com a nova cepa UK B.1.1.7

Outras cepas do vírus também já foram detectadas. Na África do Sul, outra variante do SARS-CoV-2 (conhecida como linhagem 20C / 501Y.V2 ou B.1.351) foi reportada recentemente. Ainda não temos maiores informações, mas, a princípio parece ter tão ou mais transmissora do que a cepa do Reino Unido. Apesar de pesquisadores terem demonstrado uma maior preocupação em relação à ação das vacinas contra essa nova cepa, as informações mais concretas só virão após novos estudos que já estão sendo desenvolvidos.

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Portanto, é preciso mantermos todos os cuidados de proteção individual, distanciamento social, higienização das mãos e etc., assim como foi reforçado em outros países como o Reino Unido. Não é tempo para relaxarmos.

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