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Por Fabiane Pereira, jornalista
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Papo de Música: novo formato e mesmo intimismo

Meu canal no Youtube precisou se adaptar ao momento atual, assim como eu

Por Fabiane Pereira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 jun 2020, 13h24 - Publicado em 9 jun 2020, 13h07

Criei o Papo de Música, meu canal de entrevistas no Youtube, há cinco anos. Pensei no formato, no tipo de entrevista que faria e nos primeiros artistas que convidaria para participar desta empreitada quase três anos e meio antes de colocá-lo no ar. Depois dos trinta, a gente já sabe que nem tudo que a gente planeja sai conforme o planejado. Não sou de procrastinar, mas colocar um projeto audiovisual no ar requer recursos e sabemos que a maioria (esmagadora) das marcas não está a fim de se comprometer nem com algo que esteja começando do zero nem com conteúdos que visam a construção de público, de fomento artístico e cultural.

Quando digo que a gente já sabe que nem tudo que a gente planeja sai conforme o planejado, eu naturalmente quero dizer o “novo nem tudo sai conforme o planejado”, “o não planejado pós-corona”, “sem planejamento mood 2020”, o que difere muito do “nem tudo sai conforme o planejado de antigamente”.

Antes da pandemia, algumas coisas não precisavam de muitas explicações porque tinham suas equivalências no Aurélio. Mas depois de março, abril, maio e, certamente, junho e julho expressões coloquiais ganharam outras camadas, outros significados. Por isso, é bom explicar direito que me refiro as atualizações que estamos sendo obrigados a fazer pós apocalipse.

Desde que coloquei o Papo de Música no ar, o formato mais íntimo que encontrei para as entrevistas foi através dos encontros presenciais com os artistas. Queria (e consegui) fugir do formato sisudo de entrevistas tradicionais, aquelas que afastam o público do artista e do próprio programa em si. Queria garantir que as conversas fossem descontraídas e bastante pessoais com nomes diversos da música brasileira. E quando eu digo “diverso”, me refiro a definição aureliana da palavra: aquilo que apresenta variedade.

Fui (e continuo indo) atrás de artistas do Oiapoque ao Chuí para apresentar aos espectadores do canal a diversidade ímpar da música brasileira. Artistas consagrados, àqueles que estão dando seus primeiros passos no mercado da música, outros já estabelecidos mas ainda sem consagração, todos passam pelo canal e são entrevistados com o mesmo esmero. De Erasmo Carlos (aniversariante da semana) a Duda Beat passando por Adriana Calcanhotto, Criolo e dezenas de outros.

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Mas desde que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia do novo coronavírus, tive que adaptar o canal a este novo momento do mundo e repensar a melhor maneira de seguir com o conteúdo ativo mantendo a segurança de todos os envolvidos (equipe e artistas). Hoje começaremos a colocar no ar entrevistas gravadas à distância, tendo ferramentas aliadas como o Skype e o Zoom. Confesso que tive medo dessa mudança deixar as conversas menos íntimas mas após a gravação da primeira entrevista, vi que estava enganada. Como os artistas estão em casa e eu também, a gente já parte de um local íntimo e as conversas ganharam ainda mais significados.

Na primeira entrevista desta nova empreitada, Zélia Duncan fala sobre como sua trajetória artística foi marcada pelo feminismo, explica como se reaproximou de seu público sendo mais ativa nas redes sociais, é assertiva em relação ao atual governo e comenta sobre as intersecções entre sua atuação musical e postura política, além de ter ressaltado a falta de posicionamento de alguns artistas. Nada mais íntimo, não é mesmo?

 

Na próxima terça, Emicida estará no canal. Dia 23 de junho, o Lucas Silveira, vocalista e principal compositor da banda Fresno, e Carol Biazin encerra o mês de junho com uma entrevista bastante sensível no dia 30.

Estou muito feliz com o resultado deste novo formato. “Feliz” não é a palavra mais apropriada. “Feliz” é muito para descrever qualquer sensação em tempos de cólera. Mas acho que cumpri com louvor a missão de encontrar um novo formato pro Papo de Música sem que ele perdesse sua essência.

Confira e me diga se concorda comigo. E óh, aqui você pode discordar sem correr o risco de ser cancelado. Como democrata convicta, sou entusiasta de vozes dissonantes.

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