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Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Dezembro laranja: mês de prevenção ao câncer de pele

Vem chegando o verão e é hora de reforçar a proteção solar, especialmente das crianças

Por Daniela Alvarenga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 dez 2020, 18h54 - Publicado em 3 dez 2020, 18h45

Vem chegando o verão, sim. Todo carioca sente um calor no coração nesta época do ano, mesmo em pandemia, mas não se pode dormir no ponto. Apesar de todos estarem buscando o ano inteiro um lugarzinho ao sol em função dos meses trancados em apartamentos, não podemos relaxar na proteção solar. Prevenir o câncer de pele segue como o principal fator de cuidado na dermatologia. É por este motivo que o último mês do ano, quando começa a estação mais quente e as pessoas correm para praias e piscinas, é marcado com a campanha do Dezembro Laranja.

Criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, esta campanha nacional tem como objetivo reforçar a prevenção ao melanoma, carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. São promovidas diferentes ações em parcerias com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a importância de procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento.

O Brasil registra por ano quase 180 mil novos casos de câncer de pele, doença considerada a de maior incidência no país. Os efeitos maléficos do sol são cumulativos portanto, começam a contar desde a primeira infância. A exposição solar exagerada e acumulada ao longo da vida é o principal fator de risco. Portanto, é fundamental começarmos a conscientizar as pessoas cada vez mais cedo, e por isso a campanha deste ano tem como porta-vozes crianças e adolescentes, entre eles os irmãos youtubers Maria Clara e JP, com mais de 23 milhões de inscritos em seu canal. Vamos conscientizar não apenas os pais, mas incentivá-los a falar sobre o tema também com os pequenos. O uso de filtro solar deve ser incorporado a rotina como algo importante e não uma obrigação chata. Somos responsáveis por mudarmos esses números alarmantes nas próximas gerações. Fotoproteção deve ser assunto sério desde bebê.

Hábitos de fotoproteção devem começar desde cedo. E não são muito complicados de se implementar. Evitar exposição solar entre 9h e 15h, usar chapéus e bonés, aplicar filtro no rosto e no corpo com FPS igual ou superior a 30, reaplicando a cada duas horas ou sempre que houver suor em excesso ou imersão em água. Além disso, procurar vestir camisas com proteção UV e óculos escuros. Sei que na prática a questão do horário é muito difícil de ser seguida, então redobre os outros cuidados, associe alimentos ricos em betacaroteno e suplementos que reforcem a proteção natural da pele: a melanina. 

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O sol e a vitamina D foram assunto em 2020 inteiro em função da pandemia. Isolados em apartamentos, muitos foram para a janela e a varanda em busca de 15 minutinhos de luz solar. Tenho percebido que muitos pacientes não só esqueceram de passar filtro diariamente, mas, além disso, agora que o sol abriu de vez, estão indo à praia e piscina sem proteção, como se estivessem correndo atrás do prejuízo. Isso não existe!!! É preciso aplicar o filtro todos os dias sim, mesmo isolados socialmente. E ao sair de casa para exercícios ao ar livre e lazer é preciso reforçar no rosto e no corpo. 

Em 2020 os números de câncer de pele estão ainda mais preocupantes – talvez pelo descuido de tantas pessoas ao longo do ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente. Câncer de pele tem incidência muito maior que outros tipos de cânceres, como mama, próstata, pulmão e estômago, sabia? 

“Qualquer um de nós pode desenvolver um câncer de pele, porém existem pessoas mais propensas como as de pele, cabelos e olhos claros; indivíduos com histórico familiar de câncer de pele; múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados. Estas pessoas precisam de um cuidado a mais com a pele e de avaliação frequente de um médico dermatologista”, alerta o coordenador do Dezembro Laranja, o dermatologista Elimar Gomes. Para saber mais sobre os tipos de câncer de pele, os fatores de risco e os tratamentos, leia aqui a coluna que fiz sobre o tema no mês mundial de prevenção.

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Além da proteção solar, foco principal das campanhas de conscientização, nunca se esqueça de examinar sua própria pele e dos seus familiares, observando manchas, pintas e possíveis lesões e consulte um dermatologista regularmente ou quando algo na sua pele chamar sua atenção. Quando detectado na fase inicial, o câncer de pele tem 90% de chance de cura. Cuidem-se! E de bônus ainda irão ganhar uma pele mais bonita, menos manchada, menos ressecada, com menos rugas  e jovem por mais tempo. 

 

 

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