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Por Carla Knoplech, jornalista e especialista em conteúdo digital
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Quem não era digital, vai ter que passar a ser (e isso não é tudo)

Como a crise do Coronavírus escancarou a percepção de que as marcas precisam ser nativamente digitais para se comunicar e vender

Por Carla Knoplech
Atualizado em 7 abr 2020, 15h03 - Publicado em 2 abr 2020, 17h12

Se tem uma coisa que essa crise mostrou é que, em 2020, quem só tem canais físicos de comunicação com os seus clientes está fadado a sucumbir. Estamos vivendo um problema sem precedentes no campo da saúde e da economia por conta da pandemia mundial do Coronavírus, mas hoje vim chamar a atenção para o que você precisa fazer agora, para começar a mudar a sua forma de vender e se comunicar. Ou seja, apesar da consternação absoluta por tudo que estamos vivendo, esta é uma coluna sobre mercado. E, cá pra nós, que bom sair um pouco do factual, não? O papo é o seguinte, caro leitor. Há muito anos, desde que a internet tomou conta das nossas vidas, quem vendia – seja você uma loja de shopping, o cabeleireiro da rua, uma fábrica no interior, o camelô da esquina, o palestrante, o dentista, o consultório médico, a marca de roupas, ou qualquer outro exemplo que você queira encaixar aqui – teve que aprender a distribuir seu canais. Você não tinha mais contato com o seu cliente só quando ele adentrava o seu espaço, ele poderia vir de absolutamente qualquer lugar por estar conectado a uma rede.

Com isso, em vez de ter que fazer um bom produto e esperar o cliente entrar porta adentro, era preciso montar um site para legitimar a sua existência, conversar com ele por todas as redes sociais adaptando a linguagem pra cada uma, estar disponível no WhatsApp, estar presente em veículos de imprensa digitais e não só nos físicos, fazer promoções/eventos que criassem um ambiente interessante para o seu cliente estar fisicamente com você, facilitar toda a jornada de compra dele no e-commerce, mandar e-mails de tempos em tempos cheios de estratégia, escrever blogs de maneira a destacar o seu ranking no Google, entre dezenas de outras interações digitais que criavam o chamado e insubstituível “awareness” da sua marca. A consciência de que você existe. Seu projeto, empresa ou produto precisava estar na cabeça das pessoas de maneira onipresente e isso, por si só, já era um baita desafio. (Não se sinta culpado se não tiver preenchido algum dos serviços acima, mas então redobre a atenção para esta coluna, ok?).

Agora, em um mundo pós-Coronavírus, se é que já podemos marcar esta nova era com essa terminologia quando o desafio está apenas começando, além de tudo que listei acima e que é preciso ser feito, você precisa também fazer sentido para as pessoas. Precisa ser útil. Não basta ser uma marca de roupa em um planeta Terra pós-pandemia mundial com recessão global e a incerteza do amanhã. Desculpa te contar, mas ninguém precisa comprar roupa agora. Ninguém precisa de creme de beleza, móvel novo ou um tênis a mais. Nada disso fará sentido agora. Mas então, o que quero dizer, que todos os negócios vão morrer? Claro que não! As pessoas não precisam de nada disso agora. Mas já já o mundo vai se reestruturar e a roda vai voltar a girar. E aí, o que vocês acham que as pessoas farão? Se relacionarão com a marca pouco empática que demitiu seus funcionários por WhatsApp e quis empurrar promoções numa hora dessas ou com as marcas que entenderam o tamanho do problema e resolveram conversar com as pessoas e empatizar sobre como elas estão se sentindo?

Entendam, quando estou falando de gerar conversas aqui, não estou falando de conversar e não se preocupar em vender. Estou falando em se vulnerabilizar, olhar nos olhos desses clientes e demonstrar que vocês também estão preocupados com tudo isso. Que vocês também não sabem como sairão dessa, que vocês também estão estudando e aprendendo no percurso. E mostrar-se desta forma, se isto realmente for verdadeiro dentro de vocês, é o que vai ajudar a voltar a vender lá na frente. As marcas que não tiverem o digital para começar esse diálogo com seus consumidores estarão reféns de caírem no esquecimento ou parecerem indiferentes a tudo isso. Simplesmente não dá para usar as regras de 2019 para o mundo de 2020. Tudo que você aprendeu antes do Coronavírus vai servir para a essência do seu trabalho, mas a forma de comunica-lo precisa ser adaptar a esta nova era em que sobram medos e incertezas, mas a qual todo mundo quer desesperadamente voltar à normalidade.

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Empresários de todos os ramos sentiram na pele o peso de um negócio que dependia apenas de uma estrutura física. Com portas fechadas, regime de quarentena e sem qualquer previsão de melhora, vimos nas últimas semanas deliverys para restaurantes surgirem da noite para o dia, grupos de WhatsApp focarem exclusivamente no atendimento ao cliente, redes sociais comunicarem todos os bastidores das novas estratégias das marcas e transmissões ao vivo de pessoas que nunca haviam usado o Instagram. Foi preciso se reinventar em tempo recorde. Antes de finalizar queria compartilhar aqui que pra mim também está sendo uma verdadeira montanha-russa de sentimentos lidar com tudo isso. Mas também quero usar o meu conhecimento e o exemplo da área a qual venho me dedicando, estudando e trabalhando nos últimos quatro anos para te dizer: a hora de ser digital, mais do que nunca, é agora. Comece hoje a sua jornada. Transforme a sua marca e estenda a sua comunicação para o olho no olho da sua audiência. Se tem um coisa interessante no mundo do marketing digital é que quase tudo que se sabe sobre ele é compartilhado. Você, sozinho, na sua casa, agora, pode encerrar essa coluna, abrir uma nova aba do Google e escrever “Como fazer meu site”, “Como fazer meu Instagram”, “Como criar conteúdo para redes sociais”, “Como gravar um vídeo para o Youtube”, “Como fazer uma Live”, e por aí vai. Vai lá, se joga.

Carla Knoplech é jornalista, fundadora da agência Forrest, de conteúdo e influência digital, consultora e professora

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