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Por Carla Knoplech, jornalista e especialista em conteúdo digital
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Mark Zuckerberg copia Pinterest e lança nova rede social

“Hobbi” é a aposta da vez do Facebook. Lançada no último dia 14, ela fez as ações do Pinterest caírem quase 4% na Bolsa de Valores americana

Por Carla Knoplech
Atualizado em 24 fev 2020, 11h00 - Publicado em 23 fev 2020, 14h57

“Hobbi” é a aposta da vez do Facebook. Lançada no último dia 14, ela fez as ações do Pinterest caírem quase 4% na Bolsa de Valores americana

Que o criador do Facebook copia tudo que não consegue comprar você já sabe, mas até quando uma cópia lançada pela companhia trará mais funcionalidades e melhorias para os usuários das redes sociais que a original? A nova Hobbi – por enquanto lançada apenas na Colômbia, Bélgica, Espanha e Ucrânia – está sendo tratada como uma experimentação e só está disponível atualmente para baixar na Apple Store. Divulgada oficialmente há dez dias, a ferramenta se propõe a organizar fotos e referências em grupos com temas similares como gastronomia, beleza, moda, decoração, entre outros. Ou seja, exatamente o que o Pinterest faz. A ideia é que a Hobbi funcione como um grande catálogo de descobertas visuais e seja a nascente de projetos, ou seja, um verdadeiro campo de pesquisa de tendências e ideias para os usuários.

Independente do que ela irá se transformar, vale analisar aqui o movimento do Zuckerberg com mais atenção. Ouso dizer que o Pinterest hoje é a última rede social de sucesso que ainda não foi afetada pela polarização das ideias e que ainda conserva um quê aspiracional e leve. Quase inocente. Não à toa ela chamou a atenção do dono do Facebook, Instagram e WhatsApp, que – apesar de serem gigantes – hoje têm polêmicas como as fake news, xingamentos, discussões binárias e cancelamentos virtuais como lugar comum no dia-a-dia. Outra questão é que o Pinterest não para de crescer. Ele não é nem de longe um monstro do Vale do Silício, mas é uma rede social de nicho, que segundo um balanço divulgado em agosto do ano passado pela Bloomberg quebrou metas de crescimento ao anunciar o número de 300 milhões de usuários ao mês no mundo.

Segundo o relatório anual de tendências que o Pinterest divulga sempre ao fim do ano, os seus usuários estão pra lá de ativos na rede e interessados em construir com ela os códigos do zeitgeist, do espírito do nosso tempo. E isso não pode ser mais valioso para quem tem perdido relevância e visto a sua audiência envelhecer, como é o caso do Facebook. Em “As principais tendências para se inspirar e experimentar em 2020”, publicado de forma gratuita no site da empresa em 10 de dezembro de 2019, o Pinterest revela que os seus usuários estão interessados em consumo consciente, roupas sem gênero, turismo responsável, luxo animal e até mesmo os últimos insights das corridas espaciais, um prato cheio para quem quer estudar como pensam e se comportam os criativos que navegam pela internet.

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O ponto é: as pessoas entram no Pinterest para se inspirar. Elas navegam horas e horas salvando fotos, vídeos, gifs e ilustrações em pastas e voltam a elas sempre que precisam estudar. Elas usam a rede para postar material exclusivo e criativo que servirá de referência para terceiros. O Pinterest alcançou, portanto, ao longo de quase uma década (ele foi lançado oficialmente em 10 de março de 2010) um status quo de originalidade, algo raro em épocas de cópias tão descaradas na web. Será que a Hobbi, que já nasceu copiando, tomará então o seu lugar? Desde que o mundo é mundo só existe uma certeza quando falamos do livre comércio: se o seu produto for bom ele será copiado. E rápido. Muitas vezes de maneira mais amadora, com um acabamento pior, e claro, sem a essência do original. Mas, às vezes, o seu concorrente pode lançar melhor, mais barato e com funcionalidades aprimoradas. É a dor e a delícia de vender. Nesse cenário, só nos resta esperar pra ver quem levará a melhor.

Carla Knoplech é jornalista, fundadora da agência Forrest, de conteúdo e influência digital, consultora e professora

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