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Por Carla Knoplech, jornalista e especialista em conteúdo digital
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A melhor rede social

Em épocas de Coronavírus a forma mais eficaz de ligar pessoas isoladas em suas casas, mas digitalmente conectadas, é através do espírito de união

Por Carla Knoplech
Atualizado em 22 mar 2020, 18h39 - Publicado em 22 mar 2020, 18h25

Foi difícil sair a coluna desta semana. Analisei por dezenas de aspectos o avanço do Coronavírus mundo afora e pensei em temas ligados às minhas áreas de interesse tais como: os gestos de generosidade de pessoas e artistas que tomaram as redes sociais por conta da quarentena voluntária, o aumento do uso das ferramentas de reuniões online pelas famílias para que as pessoas pudessem matar as saudades umas das outras ainda que virtualmente, o uso das “Lives” – as transmissões ao vivo – no Instagram como portal de educação sobre absolutamente qualquer coisa, o aumento do uso de dados da internet por conta do trabalho em home office, enfim, um sem número de formas de olhar para a pandemia mundial a partir de um interesse genuíno no ineditismo de tudo que estamos vivendo. Mas nada parecia interessante o suficiente. A questão é que diante das milhares de mortes causadas pela Covid-19 tudo fica tão pequeno, não é? Publicações cheias de sentido agora parecem fúteis, campanhas promovendo bens materiais perdem o sentido e a nossa cabeça fica monotemática procurando explicações para o inexplicável.

Mas passado este primeiro momento em que me deixei levar pela desesperança compreensível, fui invadida em seguida por um novo sentimento que surgiu de forma fulminante: precisamos exercitar ao máximo a nossa resiliência. Primeiro porque ainda teremos muito tempo de isolamento social pela frente (e é mais do que fundamental que nos comportemos desta forma para diminuir as curvas de transmissões), segundo porque simplesmente não podemos deixar a economia parar de girar (e ter força de trabalho nessas horas é a única forma de aguçar a nossa criatividade em soluções para driblar este novo cenário) e, por fim, mas não menos importante, porque temos em mãos um diferencial brutal para combater um acontecimento dessa magnitude em relação a outras épocas: estamos conectados. Isolados fisicamente, mas absolutamente juntos em informações, compartilhamento de ideias, áudios e imagens. Tudo na palma da mão através de um telefone celular.

Exercitar o nosso poder de resistir será a única maneira de sairmos melhores de todo esse processo. Porque iguais como entramos, com certeza, não será possível. Mães e pais estão exaustos por terem que dividir a jornada de trabalho em casa com a presença dos filhos impedidos de estudar e demandando em horário integral, idosos e grupos de riscos estão isolados e tristes com a solidão forçada, crianças estão entediadas sem entenderem exatamente porque não podem ir para a rua e empresários de todos os tamanhos estão sem dormir pensando em como equilibrar as contas e adaptar os seus negócios. E isso ainda é muito pouco perto das reais provas de resistência pelas quais os médicos, enfermeiros, bombeiros, caminhoneiros, policiais, garis e tantos outros trabalhadores que não têm direito a quarentena estão passando. Além de resistir, eles estão se expondo diretamente ao risco de serem infectados para que a sociedade não entre em colapso.

Panelaços ou aplausos sincronizados são organizados com poucas horas de antecedência, novas informações sobre o Coronavírus são compartilhadas em tempo real em grupos de WhatsApp e todos os alertas para a população ficar em casa foram potencializados pelo compartilhamento de hashtags sobre o tema. Não há dúvida que a percepção do coletivo está mais aguçada. Quando hoje ainda sabemos muito pouco sobre a doença, mas já sofremos muito pela sua existência, uma verdadeira rede social precisa triunfar sobre todas as outras: a união. É com ela que vamos resistir e tornar esta hecatombe menos surreal.

Carla Knoplech é jornalista, fundadora da agência Forrest, de conteúdo e influência digital, consultora e professora

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