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Carnaval de rua: conheça Raquel Potí, a pernalta mais querida dos blocos

Produtora e acrobata sairá de perna de pau, fantasia caprichada e sorriso no rosto em 20 blocos este ano: "Fico entregue"

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 17 fev 2020, 14h07 - Publicado em 17 fev 2020, 11h50

Uma das figuras mais conhecidas (e queridas) do carnaval de rua da cidade está em outro patamar. Literalmente. A quase três metros de altura do chão, a pernalta Raquel Potí vê a folia dos blocos de um lugar privilegiado desde 2014, quando subiu na perna de pau de surpresa, no meio do desfile do Carmelitas. Não parou mais. Suas participações foram crescendo, crescendo, e absorvendo toda a sua agenda no carnaval – e de repente ela se viu completamente em função deste prazer. “Quando estou ‘na perna’, fico totalmente entregue, não bebo. Ela tem um encanto e uma magia difíceis de explicar”. Atriz, artesã, produtora e acrobata, a caiçara — descendente de indígenas e brancos —, nascida há 36 anos em uma vila de pescadores em Pedra de Guaratiba, é uma figura que se sobressai nos blocos não só pela altura. As fantasias são supercaprichadas, o sorriso é coisa séria, e a simpatia ali é quase amor mesmo. Sabe carisma? Pois é.

Potí em ação: alegria, alegria (Arthur Medina/Divulgação)

Este ano ela pode ser encontrada em cerca de 20 blocos pela cidade, oficiais ou não (Monobloco, Carmelitas, Terreirada Cearense, Amigos da Onça, Bloco Virtual, Boitolo, Cordão do Boitatá, Meu Glorioso São Cristóvão, Céu na Terra, Cacique de Ramos, Vem Cá Minha Flor, Orquestra Voadora, entre outros), sambando nas alturas, cantando e sorrindo. Como carnaval também é uma boa maneira de se posicionar politicamente, ela faz o que pode. Se todos cantam “Corta o cabelo dele!” no trecho da “Cabeleira do Zezé!”, Potí berra: “Deixa o cabelo dele!”. “Pelo menos quem está perto acaba ouvindo”, diz. Índio quer apito?, tá lá a nossa pernalta colorida levantando uma plaquinha onde se lê “demarcação já!”. Todo carnaval tem seu fim, mas não para ela: ao longo do ano, a moça que começou a sair em blocos de rua em 2009 para curar o coração ferido com a morte do namorado no Dia de Reis (6 de janeiro), ensina sua arte nos jardins do MAM, mais especificamente perto das palmeiras. “Um líder indígena guarani me falou que ali é um lugar mágico. Perto das palmeiras só vêm coisas boas e proteção”.

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