Terapia em dia: Rebecca Andrade prepara corpo e mente para Olimpíadas
Ginasta é uma das 115 mulheres que o Brasil levará para competir em Paris, "contra" 64 homens, e a atleta com mais chances de medalhas
Pela primeira vez na história, o Brasil vai levar mais (bem mais) mulheres do que homens para competir na Olimpíada: até agora, são 115 contra 64.
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“É uma conquista importante das mulheres, não apenas as atletas, mas também de quem trabalha, quem apoia e quem ama esporte. Mostra que há cada vez mais espaço para que elas cresçam e ocupem os seus espaços”, comenta a ginasta Rebeca Andrade, a brasileira com mais chances de medalhas — considerando os resultados nos últimos campeonatos e torneios, ela tem a possibilidade de subir ao pódio seis vezes em Paris.
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Para manter a cabeça no lugar e não ceder à pressão do favoritismo, Rebeca faz terapia desde os 13 anos. “O suporte da minha psicóloga é essencial para minha saúde mental. A cabeça precisa estar boa para que o resto caminhe bem”, diz a atleta, num dos poucos intervalos dos treinos diários.
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O Brasil vai levar pela primeira vez na história mais mulheres que homens nas Olimpíadas. Essa conquista é tão importante para as mulheres como uma medalha?
É uma conquista importante para o esporte feminino, sem dúvidas. Uma conquista das mulheres, não apenas as atletas, mas também para quem trabalha no meio do esporte, quem apoia e quem ama esporte. Mostra a força da mulher e mostra que há cada vez mais espaço para que as meninas cresçam, ocupem os seus espaços. Fico muito feliz em ver que há muitas mulheres em posição e situação de destaque hoje em dia, mostra que a sociedade vem reconhecendo o talento, o valor e a capacidade das mulheres.
Como você lida com a expectativa de ser apontada como a atleta com mais chances de medalhas e com mais chances de fazer historia nas Olimpíadas?
Eu não deixo que isso chegue a mim como pressão. Sei o quanto as pessoas confiam e acreditam em mim e fico feliz de ver que essa torcida é enorme. Sinto esse carinho sempre, nas ruas, nos eventos, nos campeonatos, pelas redes sociais. É algo que me faz muito bem e sou grata a todos por isso. Estou me preparando para fazer o meu melhor em Paris. O resultado é consequência de muitos fatores, mas eu vou para as Olimpíadas para representar o meu país da melhor maneira que puder. E se vier medalha, será maravilhoso.
Como cuida da sua saúde mental?
Tenho o acompanhamento da Aline, minha psicóloga, desde os 13 anos. É uma pessoa que me ajudou demais a me entender, a enfrentar muitas situações. Ela me conhece muito bem, e o suporte dela é essencial para que eu esteja sempre bem mentalmente. A cabeça precisa estar boa para que o resto caminhe bem. Acredito muito nisso e vivi momentos em que esse trabalho focado na saúde mental foi fundamental para que eu mantivesse o equilíbrio.