‘Na rua pode ser pior’, diz Taís Araujo sobre caso de racismo com o filho

Atriz falou sobre as conversas que ela e Lázaro Ramos têm com os filhos a respeito do tema e os alertas que fazem para protegê-los de situações do tipo

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 abr 2025, 19h33 - Publicado em 8 abr 2025, 19h30
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Taís Araujo: atriz contou que tem conversas sobre racismo com os dois filhos, de 14 e 10 anos (Manoella Mello/TV Globo)
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No ar como a mocinha Raquel no remake da novela Vale Tudo, na Globo, a atriz Taís Araujo falou sobre os desafios de criar filhos negros no Brasil e contou um caso de racismo sofrido por seu filho mais velho, João Vicente, de 14 anos, em um condomínio de luxo.

A atriz disse que e o marido, o ator Lázaro Ramos, conversam muito com os filhos sobre o tema, mas que o menino, que está na adolescência, tem resistência a ouvir os conselhos dos pais.

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“A gente fala com eles e alerta eles o tempo inteiro. De falar: ‘Você não é igual ao seu amigo’. Meu filho, então, que está adolescente, isso é uma batalha, porque ele só quer andar com roupa de futebol e chinelo”, disse a atriz, em videocast Conversa Vai, Conversa Vem, do jornal O Globo.

“E eu falo: ‘Cara, o dia (em) que você passar um constrangimento na rua, passar por um trauma… A mamãe está falando, mas parece que você está querendo testar’. Óbvio que está querendo testar”, analisou ela.

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A atriz contou que ele estava andando de bicicleta no condomínio de um amigo, com outro colega, também negro, e o segurança do lugar parou os dois. “Eu falei para ele: ‘Cara, quando for na rua, vai ser pior’. Ele: ‘Ah, é besteira, mãe!’. Ele diz que é besteira, mas ele sabe que não é. Eu acho que ele está querendo testar”, prosseguiu.

Taís ponderou que é duro ter que falar sobre racismo com os filhos, porque isso a obriga a tirar a inocência de uma criança, o direito de ser criança plenamente, sem ter que ficar se preocupando com isso. “Mas, se eu não alertar, pode ser pior”, refletiu.

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Ela também disse que conversa com a filha Maria Antônia, de 10 anos, sobre questões raciais. “Eu falo: ‘Não deixa tocar no seu cabelo. Se tocar, tu pode, ó… Depois eu resolvo com a escola. Não deixa’. Sabe? ‘Não deixa falar de você. Se falar (bate uma palma). Aí vem a mãe: ‘Mas não pode rebater’. Eu falo: ‘Cara, mas o colega também não pode falar, gata. E aí, como é que vai ficar?'”, explicou.

E, embora haja muita gente branca na escola onde os dois estudam, na Zona Sul do Rio, ela revelou que também há um número considerável de alunos negros, pois alguns pais de crianças negras fizeram um movimento de, juntos, matricularem seus filhos no lugar. “Meu filho está lendo Carolina Maria de Jesus, tá? É uma escola que tem essa preocupação aí. A minha filha está, no oitavo ano, lendo Carolina Maria de Jesus”, pontuou.

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Maria Antônia também aprendeu sobre as escolas de samba e o Carnaval no colégio. “A escola dela era a Imperatriz, ela era da comissão de frente, e ela veio me falando: ‘Sabia que em uma comissão de frente (em) que o cara voava num tapete mágico? Sabia que tem uma comissão de frente que a cabeça caía?'”, exemplificou.

“Ou seja: eles passaram as comissões de frente históricas, ensinaram para as crianças o que era. Ela está aprendendo sobre a cultura do país dela. Eu acho isso já um acontecimento, bem diferente da minha época”, comparou a atriz.

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