Marília Gabriela e Theodoro Cochrane: sintonia familiar no palco e na coxia
Em cartaz em A Última Entrevista de Marília Gabriela, mãe e filho aproveitam para brigar em cena e trocar beijos antes de viver seus próprios papeis
Em cartaz no Teatro Prio, Marília Gabriela e Theodoro Cochrane celebram o convívio entre mãe e filho no palco e na coxia. “A gente está mais amigo do que nunca, muito íntimos, falando barbaridades um para o outro. Eu mais do que ela, porque ela está mais velha, mais boazinha”, entrega o ator, que ganha “um, dois ou três beijos” da mãe antes de encenar A Última Entrevista de Marília Gabriela.
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“Sou aquela supermãe”, confirma Gabi, que não vinha ao Rio há alguns anos e está aproveitando para curtir a cidade. “Meu Rio de Janeiro é o Rio de Janeiro de um turista. É essa cidade que você encara e pensa: ‘Meu Zeus, que lugar é esse?’. Que bênção, que beleza”, diz.
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Antes de todas as sessões, mãe e filho batem o texto inteiro, de comum acordo. “A gente deixa para brigar em cena. E é uma boa briga”, brinca Gabi, que fica nos palcos cariocas até 25 de agosto.
Como está sendo o convívio mãe e filho na coxia? Marília Gabriela: Sabe que minha convivência com o Theodoro tem sido civilizadíssima, quase em sua totalidade? (risos). Não, mentira, brincadeira. A gente tem tido uma belíssima convivência a partir do camarim. Já a partir dali é saudável, batemos o texto todas as vezes que temos espetáculos, depois vamos mesmo pra coxia, atrás dos panos do palco. Ele olha quem tá na plateia, eu não tenho essa necessidade, fico na minha. Depois a gente se despede umas duas ou três vezes, porque ele entra em cena antes de mim, e eu sou aquela supermãe, que não contente com o beijo que ele me dá, e mais o beijo que ele dá na atriz que fica ao nosso lado lá atrás, eu dou mais um e depois mais um. Esse é o nosso contato inicial, nosso contato total de coxia, e tá muito bem. A gente deixa pra brigar em cena (risos) e é uma boa briga. Minha sorte é estar em cena com um filho, e são memórias que ficarão para sempre na minha vida, enquanto ela durar.
E para você, Theo, como está sendo o convívio? Theodoro Cochrane: A convivência está sendo intensa, como sempre foi. A gente tá mais amigo do que nunca, amigos até demais, muito íntimos, falando barbaridades um pro outro, eu mais do que ela, porque ela tá mais velha, mais boazinha. A coxia é tranquila, às vezes eu fico irritado com problemas domésticos que ela tem e que eu, como filho mais novo, tenho que resolver, e me sinto sobrecarregado. As memórias de coxia vão ser tão marcantes como as memórias do palco, porque é uma equipe muito amorosa. Toda a produção, toda a criação, é tudo muito familiar, como deveria ser em uma peça mãe e filho de verdade. E os momentos do palco são incríveis. Nunca tínhamos estados juntos em cena em um palco falando sobre nós mesmos e tendo essa resposta tão maravilhosamente positiva, que dá até medo com a minha autoestima estragada como é.
Como estará em temporada teatral carioca, qual é o Rio de Janeiro da Gabi? Marília Gabriela: Meu Rio de Janeiro é bem o Rio de Janeiro de um turista, eu imagino. É essa cidade que você encara e diz assim: “Meu Zeus, que lugar é esse? Que benção, que beleza. Eu há tanto tempo que não vou ao Rio, mas eu gostava de fazer amigos (risos). Amigos que eu fazia no trabalho, quando fazia televisão ainda, quando gravava novela, por exemplo, ou quando fazia entrevista, mas eu sempre voltava pra São Paulo. Eu gosto de fazer amigos, no Rio não poderia ser diferente. Ir a um restaurante agradável e bom, que no Rio tem muitos. Eu me sinto um peixe fora d’água na cidade? Eu me sinto, sim. Eu sou muito paulistana. Eu vivo numa cidade tão diferente de vocês. A sua cidade é tão mais bonita que a minha, mas a minha tem uma intimidade. Nós trazemos as pessoas pra dentro de casa, e hoje temos grandes restaurantes, saímos para encontros, para ir ao teatro. E no Rio você já pode ser feliz só saindo pela porta, respirando o ar, olhando o horizonte deslumbrante, só isso já faz feliz. Aqui não, aqui existe um certo profissionalismo, sabe? Você se forma em achar soluções pra ser feliz, e eu achei as minhas.
E qual o Rio do Theo? Theodoro Cochrane: Me sinto um peixe fora d’água, acho interessante porque me dá uma liberdade, eu fico bem solto e inconsequente, tenho trauma da Rede Globo, em que toda vez que ia ao Rio era só pra fazer novela ou tentar fazer novela, agora que me libertei e me entendi como um ator e um artista que vai além da novela, eu tenho uma sensação de liberdade. Eu gosto de ir pra passar o Carnaval e ver as festas noturnas, pra fazer uma paquera, porque o Rio de Janeiro faz isso como ninguém, a cidade da sedução. E eu tenho grandes amigos que moram no Rio hoje em dia, que têm carreiras de grande sucesso, como o diretor Rodrigo Pitta, o autor Fabinho Mendes, que moram no bairro Peixoto. Então sempre que eu vou ao Rio eu fico no bairro Peixoto, que além de ser o lugar da Nazaré Tedesco, é o lugar dos meus amigos, que é muito calmo e acho meio fora do esquema turístico. Eu adoro o Arpoador, eu gosto de ficar pelado no Rio, eu gosto de ir pra praia e ficar boiando na água, não gosto muito de areia.