As homenagens a Quinho, grande voz do Carnaval carioca, morto aos 66 anos
Puxador do Salgueiro, que eternizou clássicos como Peguei Um Ita no Norte, morreu nesta quarta (3); velório é nesta quinta (4) na quadra da escola de samba
O Carnaval carioca perdeu, nesta quarta (3), no Rio, um de seus grandes nomes. Morreu, aos 66 anos, Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro, a voz de clássicos como o samba-enredo Peguei Um Ita no Norte, campeão de 1993, famoso pelos versos “explode coração / na maior felicidade / é lindo o meu Salgueiro / contagiando, sacudindo essa cidade”.
O sambista vinha lutando contra um câncer de próstata desde 2022 e morreu de insuficiência respiratória. Ele foi levado. na noite de quarta (3), ao Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador (Zona Norte), após passar mal. A direção do hospital afirmou que ele já estava sem vida quando deu entrada na unidade.
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O velório de Quinho acontece das 15h às 20h desta quinta (4), na quadra do Acadêmicos do Salgueiro, em Andaraí, na Zona Norte. Já o enterro está marcado para este sexta (5), das 9h às 13h, na Capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha, também na Zona Norte.
Uma das marcas-registradas do intérprete eram gritos de guerra entre um verso e outro durante as apresentações, como: “Arrepia, Salgueiro!”, “Ai, que lindo”, “Pimba, pimba” e “Vai pegar fogo no gongá”.
Apesar de ter se consagrado no Salgueiro, ele também fez história na União da Ilha, ao entoar outro clássico da Avenida, Festa Profana, de 1989, dos versos: “Eu vou tomar um porre de felicidade / Vou sacudir, eu vou zoar toda a cidade”.
Grandes escolas de samba, como Mocidade, Vila Isabel, Mangueira e Beija-Flor, homenagearam o cantor em suas redes. A Vermelho e Branco da Tijuca expressou a importância do artista para sua trajetória.
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“Quinho não foi apenas um intérprete talentoso, ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro. Ele não apenas cantou para o Salgueiro, ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense”, disse a agremiação em nota.
Nas redes sociais, a prefeitura também prestou tributo ao puxador. “Hoje a gente se despede de uma das maiores lendas do carnaval carioca, o Quinho do Salgueiro. A sua voz irreverente e o seu legado marcaram gerações. Para sempre em nossos corações. Arrepia, mestre!”.
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O Ministério da Cultura foi outro órgão oficial a reconhecer a importância do sambista. “É com profundo pesar que recebemos a notícia do falecimento de Melquisedeque Marins Marques, o Quinho do Salgueiro. A música brasileira se despede, assim, de um dos maiores ícones do Carnaval carioca, que fez história interpretando os samba-enredos de diversas escolas e se consagrou como a voz da Acadêmicos do Salgueiro. [..] Aos familiares, amigos e fãs deste grande artista, os nossos mais sinceros sentimentos!”
Veja outras homenagens a Quinho:
Flávia Oliveira, jornalista:
“O Salgueiro e todos nós choramos pela despedida de um dos grandes. Quinho deixou sua marca no carnaval do Brasil. Eternizou-se.”
Milton Cunha, carnavalesco e comentarista de Carnaval:
“Um cantor desse quilate, que marcou tanto a história da escola de samba e da alegria brasileira, vai estar sempre com a gente.”
Eduardo Paes, prefeito:
“Que perda para o Carnaval carioca e para nossa cultura. Meus sentimentos a todos os Salgueirenses, familiares e amigos.”
Luiz Antonio Simas, historiador:
“Quinho, que nos deixou hoje, foi um imenso cantor popular. Quando dizia que era puxador, e não intérprete, estava certo. E isso é grandioso. Puxar um samba que precisa ser cantado por três mil vozes em movimento, durante mais de uma hora, é para artistas raros. E isso ele foi!”
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