Lulu Santos se destaca como o Carioca do Ano na categoria música
Capaz de cativar diferentes gerações, o cantor celebrou cinquenta anos de uma carreira repleta de sucessos que fizeram — e ainda fazem — o país inteiro sacudir

Era novembro, e durante a 25ª edição do Grammy Latino um dos maiores criadores nacionais de hits subiu ao palco do Adrienne Arsht Center, em Miami, para celebrar uma conquista — Lulu Santos foi o único brasileiro agraciado com o prêmio Life Achievement, por sua contribuição à música e pelo conjunto de sua obra.
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“Ser surpreendido com um reconhecimento desses é transformador. Só lá eu tive a dimensão dessa importância. Quando voltei para o hotel, deitado na cama, refleti sobre tudo e chorei”, conta o artista, de 71 anos, que também arrebatou a categoria melhor interpretação urbana em língua portuguesa, ao lado de Xamã e Gabriel O Pensador, com a reedição de Cachimbo da Paz 2. Lulu vê a vida melhor no futuro (quem não lembra do verso?) desde 1982, quando apareceu com seu primeiro disco, e transitando entre gêneros distintos vem emplacando sucessos arrasa-quarteirão que embalam o público país afora.
Conhecido por sua personalidade inquieta e bem-humorada, o carioquíssimo cantor gosta de dizer que “nasceu como performer” na primeira edição do Rock in Rio, em 1985 — ainda que tenha saído com aquela sensação de não ter ido bem em cima do palco (assim é Lulu). “Era um artista assustadiço, com pouco tempo de palco para aquela demanda. Foi vendo ali as atrações brasileiras e internacionais que entendi como se faz o negócio”, lembra ele, que recentemente reviu sua apresentação e percebeu que “não foi tão mal”.
Este ano, deu show no maior palco do mesmo festival completamente à vontade, com direito a passinhos de funk, cativando uma multidão de 100 000 pessoas ao se requebrar ao som de Toda Forma de Amor, Aviso aos Navegantes, O Descobridor dos Sete Mares e outros. Uma coleção de seus hits foi resgatada e remixada em um EP, também neste profícuo 2024, em parceria com nomes como Iza, Pedro Sampaio e Luedji Luna. Não à toa, a obra acabou batizada de Atemporal, o que traduz muito bem a jornada de um artista capaz, que atravessa o tempo encantando tão variadas gerações.