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“Queremos trazer histórias periféricas”, diz fundadora de museu digital

Lívia Baião está à frente da iniciativa Rio Memórias, que completa três anos com o objetivo de resgatar a história da cidade e torná-la acessível

Por Renata Magalhães
17 jun 2022, 06h00
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  • Acervo precioso: a historiadora fundou o museu digital Rio Memórias e ministra oficinas voltadas para alunos da rede pública -
    Acervo precioso: a historiadora fundou o museu digital Rio Memórias e ministra oficinas voltadas para alunos da rede pública - (Leo Lemos/Divulgação)

    Cristo Redentor pode ser considerado fruto do primeiro crowdfunding — prática que na Europa já se via desde o século XIX — em praias cariocas: a icônica estátua só foi erguida graças a uma campanha de arrecadação de recursos encabeçada pela Igreja em 1923. Essa é uma das curiosidades guardadas pelo museu digital Rio Memórias, que completa três anos com o objetivo de resgatar a história da cidade e apresentá-la ao público, sempre preocupado em oferecer acesso a todos.

    Foi justamente a percepção sobre a imensa desigualdade para usufruir dos bens culturais que motivou Lívia Baião a embalar o projeto — para ter uma dimensão, dados da JLeiva, consultoria especializada em cultura e esporte, apontam que 50% das pessoas egressas das classes de D e E nunca foram a uma exposição. “Queremos trazer histórias periféricas, de territórios muitas vezes não conhecidos, e fazer com que o carioca se engaje no cuidado com o lugar onde vive”, explica a historiadora nascida na Bahia, que veio morar na capital fluminense com 1 ano.

    “No início, os alunos não conseguem apontar nenhuma riqueza no local onde moram, mas eles descobrem que até mesmo a rua em que vivem contém memórias”

    Com doze galerias virtuais abastecidas por pesquisadores da PUC-Rio e da UFMG — quatro delas recém-inauguradas —, o site acaba de celebrar o marco de 100 000 visitantes. Ao longo do trabalho, ficou claro para Lívia a necessidade de expandir as atividades para o modo presencial, voltadas para a população periférica. Criaram-se então oficinas ministradas em escolas públicas, com a ideia de aprofundar o conhecimento sobre o território onde estão inseridas. “No início, os alunos não conseguem apontar nenhuma riqueza no local onde moram, mas, com as apresentações, eles descobrem que até mesmo a rua em que vivem contém memórias”, conta.

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    Também são realizadas visitas a instituições culturais: o Museu de Arte Moderna, onde atualmente segue em cartaz a mostra fotográfica Terra em Tempos, foi o primeiro parceiro e já recebeu mais de 300 adolescentes — muitos nunca tinham sequer atravessado as fronteiras de suas comunidades. Ali, eles entram em contato com o Rio através do olhar tarimbado de Rogério Reis e Miguel Rio Branco, além de serem incentivados a expor registros próprios inspirados no que viram. “É uma ação para que possam se sentir protagonistas de suas próprias histórias”, conclui Lívia, a orgulhosa responsável pela transformação de várias dessas trajetórias.

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