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Mariana Ximenes: ‘Puxei o freio de mão para recalcular a rota’

Após catorze anos longe do horário nobre, a atriz está de volta em Mania de Você, como a vilã da nova trama de João Emanuel Carneiro

Por Melina Dalboni
Atualizado em 18 out 2024, 15h27 - Publicado em 18 out 2024, 06h13
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  • Mariana Ximenes
    Mariana Ximenes: 'Com o passar do tempo, você escolhe melhor e vai ponderando, vai se colocando como protagonista da sua vida' (Adriano Damas/Divulgação)

    Aos 43 anos, Mariana Ximenes reconhece ser inquieta e conta que precisou passar por um período de recolhimento para suavizar o ritmo. “Há dois anos, puxei o freio de mão para recalcular a rota”, relata a atriz, hoje adepta de retiros espirituais e da prática diária da meditação. De volta ao horário nobre da TV Globo, em Mania de Você, nova trama de João Emanuel Carneiro, autor de sucessos como Avenida Brasil e Todas as Flores, ela dá vida à vigarista Ísis, que nasceu pobre, numa comunidade próxima a um resort em Angra dos Reis, aplicou o golpe do baú e, após um período na Europa, retornou à ilha na Costa Verde, onde vem sendo rodada grande parte das cenas. Apesar da baixa audiência no primeiro mês, Mariana anda confiante: “A Favorita, em 2008, também causou um pouco de estranhamento no começo e deslanchou”, lembra ela, que falou a VEJA RIO também sobre a falta de protagonistas femininas maduras, de como lida com as redes sociais e seus 5 milhões de seguidores e da importância dos amigos. Ainda aproveitou para mencionar trechos de seus poemas preferidos. Ela diz: “A vida é mais bonita com poesia, não é?”.

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    Mania de Você teve a pior estreia da história da novela das 9 da TV Globo. Isso afeta o trabalho? A gente sempre teve grupos de discussão na Globo e buscou ouvir muito o público. Mas está no início ainda. Eu me lembro que A Favorita também causou um pouco de estranhamento no começo e depois deslanchou total. O João Emanuel tem uma genialidade que, às vezes, o telespectador precisa de um tempo para assimilar.

    A novela das 9 não tem mais aquela força de antigamente? Esse formato tem força ainda pelo hábito, por ser um reflexo da nossa sociedade, por oferecer uma linguagem mais acessível, por apresentar personagens muito humanos — embora a Ísis seja uma humana bem deturpada, com quem, aliás, estou me divertindo. A novela ainda tem seu lugar, mexe com o coração dos brasileiros.

    Qual a repercussão nas ruas? Com novela, a gente sente um retorno imediato. Tenho saído pouco porque estou gravando bastante, mas vejo isso, por exemplo, no aeroporto. A aeromoça vem falar comigo, a moça que limpa o banheiro, as pessoas na loja de chocolate, no raio X. Eu quero mais é que o público assis­ta, comente nas redes sociais, que a Ísis vire meme. Isso é muito legal, é um ótimo termômetro.

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    Faltam protagonistas femininas com mais de 40 anos nas produções do audiovisual brasileiro? Talvez o que não tenha tanto é o ponto de vista dessa mulher, os assuntos que dizem respeito àquela que já ultrapassou os 40, que não é mais a gatinha, mas ao mesmo tempo tem energia de sobra. Como ela vai se colocar diante das situações? Como enfrentará seus dramas? De que forma vai reagir? As mulheres de hoje nessa faixa são diferentes. Eu, por exemplo, não sou mãe, mas quero ser. E tenho amigas que não querem. Tem milhões de temas que a gente pode abordar.

    Você passou pela crise dos 40? Há dois anos eu puxei, digamos assim, o freio de mão. Fiquei mais reclusa, repensando muito, me retirei um pouco, reavaliando, fazendo uma reconfiguração de rota. Sou uma pessoa inquieta e estou aprendendo a canalizar essa inquietude. Já fiz vários retiros e pratico meditação diariamente. Acho que estou menos ansiosa. Com o passar do tempo, você escolhe melhor e vai ponderando, vai se colocando como protagonista da sua vida.

    “Antes eu queria atender a todo mundo, ir a todos os lugares. Não queria falhar e, quando via, estava exausta”

    O que a meditação lhe ensinou? Aprendi a silenciar um momentinho e a me reabastecer. Para mim, o que funciona é a meditação guiada. Boto o fone e vou escutando em vários lugares. É o exercício diário de aquietar a mente e se conectar com você. Porque a vida é muito maluca, é muito coletiva, muito agitada. Antes eu queria atender a todo mundo, ir a todos os lugares. Não queria falhar e, quando via, eu estava exausta.

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    Com quase 5 milhões de seguidores no Instagram, como concilia o ofício de atriz e o papel de influenciadora nas redes? O Instagram é uma revista de você mesmo, que você edita. Quem me botou para abrir um perfil foi a Giovanna Ewbank, quando eu fazia Joia Rara, dez anos atrás. Sou cuidadosa com o que eu vou postar, tem que ter responsabilidade, mas ao mesmo tempo tem que ser você mesma. Sou uma pessoa que vive muito a minha vidinha, não gosto muito de me expor, mas acho a rede social um barato, porque conecta as pessoas, dá para acompanhar a vida de quem a gente gosta.

    O que significa a amizade para você? Tenho um quadrinho de Jorge Amado na minha casa que diz: “Amizade é o sal da vida”. Sou muito devotada aos meus amigos. Eles são a família que escolhi.

    Sua família ainda a chama de Minhoca? Ganhei esse apelido quando bebê, porque pulei a fase de engatinhar. Fui do movimento de me arrastar para já andar. Meu pai me chama assim até hoje. Às vezes, quando faz tempo que não falo com ele, ele me manda: MMM — que é Mari Minhoca Muda. Meu pai é hilário.

    O que diria para a Mariana de 8 anos, do passado, e para a de 80 anos, do futuro? Tem um poema do Mario Quintana que diz: “A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é sexta-feira… Quando se vê, passaram sessenta anos! Agora, é tarde demais para ser reprovado… E se me dessem — um dia — uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio, seguia sempre em frente… E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”. A vida é mais bonita com poesia, não é?

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