Alcione: ‘Não pude ter filhos mas seria uma mãe igual à minha’
Cantora, que fará live no domingo (9), junto com Teresa Cristina, lembrou das lições deixadas pela matriarca, Dona Felipa: 'Uma mulher forte e doce'
Parece enredo de filme mas é real: Alcione, 73 anos, teve 17 irmãos, sendo que nove deles são frutos de outros relacionamentos de seu pai, João Carlos. “Ele teve filhos com outras senhoras”, contou a cantora, em depoimento de três horas ao Museu da Imagem e do Som, tempos atrás. Dona Felipa, mãe de Alcione, chegou a amamentar uma das irmãs bastardas da cantora – e ela diz que faria o mesmo se estivesse em seu lugar. Às vesperas de estrelar uma live ao lado de Teresa Cristina em homenagem ao Dia das Mães (neste domingo, 9, às 20:30 no YouTube e no canal TNT, com produção do o Coala.Lab), Alcione conversou com VEJA RIO:
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Qual a lembrança mais forte que você tem de sua mãe? Tenho muitas e inesequecíveis lembranças. Minha mãe era uma mulher forte, de caráter, personalidade, mas ao mesmo tempo, doce. Lembro dela lavando e estendendo roupas no varal cantando Anísio Silva… “Estou mais triste, nesta triste noite fria…” com aquela voz aguda, de timbre único. Dona Felipa era uma mulher justa, humanitária.
Ao amamentar a filha que seu pai teve com outra mulher, ela passou uma mensagem de solidariedade e compaixão. Faria o mesmo? Com certeza. Somos tradicionalmente uma família solidária, além do mais, a criança não tem nada a ver com isso. Meus pais sempre tentaram nos passar valores éticos e morais.
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Você optou por não ter filhos. Profissionalmente, quem seriam suas crias? Na verdade, não optei por não ter filhos, não pude tê-los. Mas tenho a felicidade de viver cercada por muitos filhos não-biológicos. Filhos e netos dos meus familiares, que me dão muitas alegrias. Na arte, também tenho inúmeras “crias”, como Alexandre Pires, Mart`nália, Mumuzinho, Ferrugem, Iza, Diogo Nogueira, Gabby Moura e uma série de pessoas do bem que andam brilhando pelos palcos.
E Teresa Cristina, sua parceira de live? Ela é um dos grandes nomes da música brasileira. Já era conhecida pelo talento e excelente escolha de repertório, acabou virando também influenciadora e entrevistadora brilhante, animou nossas noites nessa pandemia. Eu mesma, que nem sou tão ligada nessas coisas tecnológicas, assisti várias e participei de algumas. Ela nos alegrou e conseguiu ser um bálsamo em tempos tão nebulosos. É uma grande artista.
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Acha que está na melhor fase da carreira? Estou numa fase de carreira muito boa porque estou colhendo os frutos de décadas de trabalho e dedicação. Felizmente, também tive muitos outros “melhores momentos” durante todo esse tempo.
Quem são os seus ídolos? Comecei imitando a Núbya Lafayette, mas ouvia de tudo na infância e adolescência, em São Luís. Música brasileira, americana, francesa, latina, além dos sons da minha terra, naturalmente. Sempre ouvi Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, mas, também, as grandes divas do jazz. E a nata do samba. Tive muitas influências. Hoje destaco Lenine, Seu Jorge e Iza. Sou fã, com letras maiúsculas.
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