Um Lugar Silencioso
Resenha por Miguel Barbieri Jr
É bom quando um diretor faz muito com pouco. São apenas quatro atores em cena, sob direção eficiente, em Um Lugar Silencioso. Outra virtude do filme, comandado, estrelado e com roteiro também escrito por John Krasinski (da série The Office), está na contenção proposital de palavras, que resulta em incômodo ainda maior para a plateia. A premissa de ficção científica logo se transforma num drama de horror de alta tensão, embora seu clímax seja frouxo e não escape do lugar-comum. Até lá, contudo, a trama flui com surpresas e sustos. A Terra foi tomada por alienígenas, e os sobreviventes precisam ter cuidado para não emitir nenhum tipo de ruído — é isso que atrai as criaturas. O casal Lee e Evelyn (papéis de Krasinski e Emily Blunt) e seus dois filhos (Millicent Simmonds e Noah Jupe) só se comunicam por sinais, buscam provisões numa cidade de cenário pós-apocalíptico e vivem numa casa isolada em meio a plantações. Praticamente mudo, o enxuto longa-metragem mostra ousadia por ser movido por efeitos de áudio e trilha sonora. Direção: John Krasinski (A Quiet Place, EUA, 2018, 90min). 14 anos.