Rio Setecentista, Quando o Rio Virou Capital

Resenha por Rafael Teixeira



Entre as diversas mostras realizadas desde o início de 2015 em celebração aos 450 anos do Rio, esta merece destaque pela especificidade do seu recorte. Trata-se, como o nome já entrega, de um alentado panorama das transformações ocorridas na cidade a partir do século XVIII, época em que o Rio de Janeiro se tornou a capital do Vice-Reino do Brasil, embora não se prenda exclusivamente a esse período. A curadoria primou pela diversidade: com cerca de 700 peças, o acervo inclui itens como gravuras de Jean-Baptiste Debret, talhas de Mestre Valentim, fotografias de Augusto Malta e até uma obra de Adriana Varejão. Na profusão de trabalhos, desvenda-se um Rio que não existe mais, entre ilustrações de escravos e índios e paisagens como a de um bucólico Passeio Público retratado do seu terraço. Também chamam atenção dezenas de objetos antigos, de móveis a instrumentos de tortura, passando por talheres, castiçais, leques e enfeites. Peças de arte sacra da coleção do próprio Museu de Arte do Rio, além de artefatos vindos de diversas igrejas da cidade e de acervos particulares, compõem uma expressiva e bela fatia da exposição.