Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos

- Duração: 150 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Jefferson Lessa

Em 1988, o mundo foi apresentado ao estilo de Pedro Almodóvar na sua plenitude. O diretor espanhol já tinha vários curtas e sete longas no currículo, mas o lançamento de Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, naquele ano, popularizou sua estética de cores exageradas, roupas espalhafatosas e dramas derramados que fazem rir. Não é pequeno, portanto, o desafio de transportar a trama de sucesso para o palco do Oi Casa Grande, na forma de um musical. Em cena, como no filme, três mulheres estão atrás de Ivan (Juan Alba). Lúcia (Stella Miranda), a esposa abandonada, foi internada por vinte anos num hospício e sai de lá com sede de vingança. A atriz Pepa (Marisa Orth), amante dele, sofre por ter sido trocada, por sua vez, pela advogada eficiente (Erika Riba). Melhor amiga de Pepa, a modelo desmiolada Candela (Helga Nemeczyk) se envolve com um terrorista. O vaivém frenético das mulheres, no clima da movida madrileña, explosão de liberdade que sacudiu a capital espanhola nos anos 80, marca presença no original e ecoa no palco com fidelidade. Os méritos são das boas atuações de todo o elenco, das coreografias e dos figurinos hilários. Por outro lado, a montagem peca pelo excesso de números musicais, nem todos justificados diante do público, e pela pobreza de cenários como o da casa de Lúcia. Feitas as contas, a diversão ainda assim é garantida.