Mamma Mia! — Lá Vamos Nós de Novo
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Mamma Mia!, de 2008, era a adaptação de uma peça musical só com canções do grupo sueco ABBA. Fez sucesso, embora pecasse por coreografias pouco criativas. Dez anos depois, eis a sequência, Mamma Mia! — Lá Vamos Nós de Novo, com roteiro original de Ol Parker (também diretor), o mesmo de O Exótico Hotel Marigold. Nota-se uma evolução: a história ganhou agilidade e o elenco está mais harmônico. Contudo, o mesmo problema de antes persiste: os números musicais sofrem com cantorias estáticas e falta de agilidade nas danças. A derradeira cena, junto aos créditos finais, com as estrelas arrasando em Super Trouper, dá uma ótima ideia do que seria um bom musical para acompanhar o delicioso cancioneiro pop do ABBA. A trama se passa em dois tempos. No presente, Sophie (Amanda Seyfried) resolveu transformar em realidade o sonho de sua mãe, Donna (Meryl Streep), abrindo uma pousada numa ilha da Grécia. Espera para a inauguração as velhas amigas de Donna (papéis de Julie Walters e Christine Baranski) e os três ex-namorados dela, interpretados por Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard. O melhor do enredo, porém, concentra-se no passado da protagonista. Donna (na juventude vivida pela carismática Lily James) decidiu viajar sozinha pelo mundo e, no caminho, transou com três rapazes — um deles seria o pai de sua filha. No vaivém da narrativa, é claro, as músicas de Benny Andersson e Bjorn Ulvaeus são interpretadas pelos atores. Voltam os hits Mamma Mia e Dancing Queen e surge o lado B do ABBA, com as menos conhecidas When I Kissed the Teacher e I’ve Been Waiting for You. Para suprir a falta da grande Meryl (que desponta em apenas duas cenas), o mito Cher surge divando e cantando Fernando. Direção: Ol Parker (Mamma Mia! Here We Go Again, EUA/Inglaterra, 2018, 114min). 12 anos.