Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte

- Direção: Anne Fontaine
- Duração: 99 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: França/Inglaterra
- Ano: 2014
Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Madame Bovary, clássico de 1857, escrito por Gustave Flaubert, ganhou uma releitura em Gemma Bovery — A Vida Imita a Arte, comédia dramática da diretora Anne Fontaine (de Coco Antes de Chanel). O terreno aqui não é o da adaptação (nem livre nem contemporânea). Roteirista e realizadora, Anne leva Emma Bovary, a protagonista do livro, para a Normandia e a ela dá um nome quase igual. Inglesa, Gemma Bovery (papel de Gemma Arterton) muda-se com o marido (Jason Flemyng) para o vilarejo francês e lá, com o passar do tempo, nota ser uma estranha no ninho, embora consiga enxergar qualidades na vida campestre. O tédio bate à porta e, assediada por um jovem herdeiro (Niels Schneider), Gemma, tal qual a personagem de Flaubert, não resiste à tentação. O conturbado cotidiano dela passa a ser observado pelo vizinho: Martin Joubert (Fabrice Luchini), um padeiro que trocou Paris pela tranquilidade rural, consegue, assim, animar seu dia a dia. O casamento entre literatura e cinema, tão lugar-comum desde os primórdios, ganha aqui uma variante criativa. Além da narrativa fluente, elegante e pontilhada de humor e tensão, o longa-metragem presta uma homenagem a Flaubert sem que o espectador precise ter lido nem mesmo a orelha de Madame Bovary. Estreou em 6/8/2015.