UFRJ sem luz: universidade deve 35,7 milhões de reais à concessionária
Após corte de energia por falta de pagamento, universidade amanheceu sem água; dívida com Light é de R$ 31,8 milhões e com a Águas do Rio, de R$ 18 milhões
A Light cortou o fornecimento de energia elétrica em instalações da Universidade Federal do Rio de Janeiro nesta terça (12), por falta de pagamento. Com restrições orçamentárias, a universidade deve R$ 35,7 milhões à empresa. Segundo a fornecedora de energia, o corte foi autorizado por decisão judicial e se limitou a atividades consideradas não essenciais. O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, diz que já recorreu da decisão. Mas nesta quarta (13), a instituição de ensino amanheceu com outro problema: algumas unidades também estão sem água. A informação foi dada pelo reitor, numa espécie de aula pública em que apresentou a situação orçamentária da UFRJ às escuras, com o auxílio de um gerador portátil.
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“Uma dos locais que tivemos a luz cortada foi o edifício Jorge Machado Moreira, onde funcionam as faculdades de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Belas Artes. Aulas são atividades essenciais. Nesta quarta-feira, vamos manter as atividades com aulas externas”, disse Medronho.
Em nota, a Light explica que a dívida da UFRJ soma R$ 31,8 milhões, referente a faturas vencidas entre março e novembro de 2024, além de R$ 3,9 milhões em parcelas não quitadas de um acordo firmado em 2020. “Na época, a Light e a reitoria da UFRJ pactuaram o parcelamento de uma dívida de R$ 21,3 milhões; contudo, apenas R$ 13 milhões foram pagos até o momento”, diz a empresa.
Também em nota, a concessionária Águas do Rio informou que várias reuniões com a reitoria foram realizadas para buscar um acordo em relação à dívida relativa ao fornecimento de água, um total de R$ 18 milhões. Segundo a empresa, na última delas, no dia 7 de novembro, na sede da Pró-Reitoria de Planejamento, no Fundão, foi alinhada uma proposta com desconto, formalizada no dia seguinte, 8 de novembro. A concessionária informou que com o fim do prazo de validade dessa proposta em 12 de novembro, e sem retorno da universidade, foi iniciado o corte do fornecimento de água em algumas unidades. A empresa destacou que nenhuma unidade de serviço essencial será afetada.
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Medronho destacou que o corte de energia e água na universidade pode impactar diretamente toda a comunidade acadêmica, composta por 4,9 mil docentes, 9,1 mil técnicos administrativos e 70 mil alunos de graduação e pós-graduação. Segundo o reitor, a situação se agrava devido ao déficit orçamentário da universidade, que atualmente chega a R$ 192 milhões, acumulado nos últimos oito anos. Apenas neste ano, o déficit chega a R$ 70 milhões.