Impressionismo em cartaz: mostra na Gávea tem obras Renoir e Visconti
Além da exposição na Danielian Galeria, semana também traz novas exibições gratuitas na Casa França-Brasil, CCJF, Museu do Pontal, Anita Schwartz e outros
Casa França-Brasil
O centro cultural recebe duas novas exposições. Aurora Violenta, de Darks Miranda, realizada pelo Programa de Resenhas do Galpão Bela Maré, conta com uma série de trabalhos em escultura e audiovisual da artista, nos quais ela reflete sobre a dicotomia dia/noite. Em sua obra, a artista utiliza a ficção científica para refletir sobre a falência do projeto ocidental modernizante. Já a coletiva Apocalipse, com curadoria de Gabriela Daies e Maíra Marques, realiza uma leitura simbólica e contemporânea do famoso texto bíblico, dividida em quatro eixos: podre, massa, sagrado e profano. A abertura conta com roda de conversa com Darks Miranda, às 17h, e show de encerramento com Arãm e Galgo de Suéter, às 19h.
Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro. Abertura: Sáb. (8), 15h. Visitação: Ter. a dom., 10h/17h. Horário exclusivo para pessoas com deficiência intelectual: Qua., 10h/11h. Grátis.
Centro Cultural Justiça Federal
O espaço acaba de inaugurar a exposição Por Trás das Câmeras, que reflete sobre a vigilância e o uso do reconhecimento facial na segurança pública brasileira, tecnologia internacionalmente criticada pelos erros frequentes na identificação de pessoas negras. No sábado (9), acontece a abertura de três novas mostras. Infinitos, de Maria Lynch, traz cerca de vinte pinturas da artista, de 2016 para cá, no ano em que ela celebra duas décadas de carreira. Espaços Quânticos apresenta trabalhos inéditos de César Oiticica Filho, marcados pela fusão da mídia fotográfica com a pintura. E Lona Preta: o MST no Olhar de Francisco Proner, traz trinta imagens do fotojornalista realizadas em 2022 em espaços do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Avenida Rio Branco, 241, Centro. Abertura: Sáb. (9), 15h. Visitação: Ter. a dom., 11h/19h. Grátis. Até 16 de fevereiro de 2025.
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Danielian Galeria
Duas novas exposições chegam à galeria. Visconti e Renoir: Impressionismo — 150 Anos tem curadoria de Denise Mattar, a mostra e celebra o aniversário do movimento impressionista, que inaugurou a era moderna na arte. Do francês Pierre Auguste Renoir, fazem parte seis obras, que trazem a riqueza das pesquisas cromáticas impressionistas realizadas pelo artista. Já do ítalo-brasileiro Eliseu D’Angelo Visconti a mostra traz 55 obras com ênfase na assimilação das tendências impressionistas. Daniel Lannes — Entre Poses tem curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto e réune doze pinturas inéditas, em que o artista discute o paradoxo do brasileiro em relação com o corpo: a dicotomia entre a culpa cristã em relação à nudez e o status de símbolo sexual. O título da exposição vem da prática de trabalho de Lannes no ateliê, com modelos vivos. Para realizar as obras, ele se inspirou no universo criado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980).
Danielian Galeria, Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea. Seg. a sex., 11h/19h. Sáb., 11h/17h. Grátis. De 8 de novembro a 14 de dezembro.
Feminino Fiolado
Artista e psicanalista, Cláudia de Paula utiliza sua experiência com pessoas em sofrimento psíquico intenso, na rede pública e no consultório, para criar obras que abordam o feminino e suas violações, sendo a principal a própria definição de mulher da lógica patriarcal e do processo colonial no Brasil. A curadoria é da própria artista e de Marcelo Valle. São trabalhos como desenhos em nanquim sobre papel e pano, instalação de objetos em vidro com bonecas antigas e painéis de pinturas-poemas, interligados por uma grande trama de fios, o “fiolado”, criando um percurso que evidencia o conceito de “feminino” como invenção cultural.
Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica. Rua Luís de Camões, 68, Centro. Abertura: Sáb. (9), 10h/18h. Visitação: Seg. a sáb., 10h/18h. Grátis. Até 9 de dezembro.
Galeria Ibeu
As duas mostras da galeria dialogam entre si. Seiva, de Fernando Soares, traz trabalhos realizados a partir de fios de látex (daí o nome da mostra, pois o látex é feito a partir da seiva da seringueira) em trançados que remetem a malhas e padrões ancestrais, no que o artista chama de “pintura sem tela”. Já Ruína e Ruído, de Vinicius Duque Estrada, reúne o que o artista chama de objetos-estilhaços, que categoriza como desenhos expandidos, criados a partir de matéria-prima não convencional: panfletos de farmácia, imãs de geladeira e envelopes de banco coletados há mais de seis anos em andanças pelas cidades do Rio de Janeiro e Niterói. As exposições têm curadoria de Jozias Benedicto.
Rua Maria Angélica, 168, Jardim Botânico Abertura: Qua. (6), 18h/21h30. Visitação: Seg. a qui., 13h/19h. Sex., 12h/18h. Grátis. Até 13 de dezembro.
Gerardo Rosales — Caçador de Fábulas
Em sua primeira exposição no Brasil, o artista venezuelano, há 24 anos radicado em Houston, no Texas, mostra 44 pinturas sobre tela e papel, em que se misturam animais, ornamentos, narrativas fabulosas de um aparente imaginário infantil, para discutir, com humor ácido, questões de gênero, raça, imigração e poder. Parte das obras foi produzida em São Paulo, e a Nara Roesler do Rio ganhou uma intervenção site specific. A curadoria é de Luis Pérez-Oramas.
Nara Roesler. Rua Redentor, 241, Ipanema. Visitação: Seg. a sex., 10h/19h. Sáb., 11h/15h. Grátis. Até 25 de janeiro de 2025.
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Giro Abissal
Sob a curadoria de Aline Reis, coletiva reúne 27 artistas, que trabalham em sua obra dois conceitos que se relacionam: giro decolonial (movimento que propõe o pensamento do mundo pós-colonial a partir de pensadores da própria América Latina) e linha abissal (demarcação socialmente construída que divide aqueles cuja humanidade é reconhecida e aqueles que têm sua condição humana negada). A partir dessa junção, a ideia é trazer a decolonialidade para a arte.
Consulado da República Argentina. Sala Antonio Berni. Praia de Botafogo, 228/sobreloja. Abertura: Qua. (6), 17h/20h. Visitação: Seg. a sex., 10h/17h. Grátis. Até 6 de dezembro.
Gramática do Instante e do Infinito
O premiado escritor angolano José Eduardo Agualusa (que hoje se divide entre Moçambique e Angola) mostra uma outra faceta: a de fotógrafo. A mostra, com curadoria de Lucia Bertazzo, apresenta seis imagens em preto e branco feitas durante uma viagem de Agualusa à Ilha de Moçambique (situada na província de Nampula, na Região Norte do país, batizado a partir dela). Presentes no livro homônimo, os registros traduzem o encantamento do artista por sua mulher, Yara, durante a gestação da filha do casal, Kianda Ainur, que nasceria em 2018. O texto de apresentação é de outro escritor renomado: o moçambicano Mia Couto.
Galeria Mercedes Viegas. Rua Abreu Fialho, 5/s, Jardim Botânico. Abertura: Qui. (7), 18h. Visitação: Seg. a sex., 12h/19h. Sáb., 15h30/19h30. Até 29 de novembro.
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José Bezerra e Artistas do Vale do Catimbau
A primeira exposição ao ar livre do museu reúne nove obras de madeira de grandes proporções (algumas chegam a ter mais de 3 metros de altura), criadas pelo artista pernambucano, precursor do trabalho em madeira na região do Vale do Catimbau, um dos principais sítios arqueológicos do Brasil, e formador de diversos discípulos, como os outros nomes da mostra: seus conterrâneos Gilvan Bezerra, Dário Bezerra e Luiz Benício. A abertura terá a primeira exibição do curta José Bezerra, Artista, de Lucas Van de Beuque e Karen Black, show de Siba e apresentação de José Bezerra e Trio Pernambucano.
Museu do Pontal. Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra. Abertura: Sáb. (9), 16h. Visitação: Qui. a dom., 10h/18h. Grátis.
Mãos Que Criam — Artesanato e Representatividade
A mostra, que homenageia o Mês da Consciência Negra, reúne vinte obras de seis artesãos negros que fazem parte do acervo do Crab: Maria Cícera, João das Alagoas, Dona Irinéia, Beto Pezão, Maria da Cruz e Mestre Domingos do Congo. O objetivo é provocar uma reflexão sobre as raízes culturais brasileiras por meio do artesanato. Entre os trabalhos expostos, há instrumentos musicais, entalhe em madeira e modelagem em cerâmica, construídos por meio de diferentes técnicas.
Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab). Praça Tiradentes, 69/71, Centro. Ter. a sáb., 10h/17h. Grátis (mediante documento com foto).
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Migrantes
A exibição da ilustradora peruana Issa Watanabe reúne trinta trabalhos feitos com a técnica de lápis de cor sobre fundo digital. Sob a curadoria de Alonso Ruiz Rosas, a mostra traz um recorte das séries Migrantes e Kintsugi, produzidas pela artista entre 2019 e 2023. A primeira obra foi criada depois que Issa viu a série de fotografias Where The Children Sleep, do sueco Magnus Wennman, na qual retrata crianças dormindo em acampamentos improvisados em países do Oriente Médio. A abertura da mostra terá a presença do cônsul do Peru, Carlos Enrique Garcia Castillo, e do diretor do Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, José Vicente Ballester Monferrer.
Instituto Cervantes. Rua Visconde de Ouro Preto, 62, Botafogo. Abertura: Qui. (7), 19h. Visitação: Seg. a sáb., 10h/20h. Grátis. Até 7 de janeiro de 2025.
Reverter
A mostra traz uma grande instalação inédita de Afonso Tostes: uma espiral feita com bambus, medindo 2,5 metros de altura, ocupando de 64 metros quadrados do chão, no andar térreo do espaço, por onde o público irá caminhar. Além disso, inclui pinturas inéditas em madeira, relacionadas à instalação, feitas com pigmentos coloridos obtidos pelo artista ao serrar e lixar madeiras para suas esculturas, e depois recolhidos por ele. Também há trabalhos em carvão, madeira e sisal, “trazendo uma alusão mais direta à temática ambiental e urgente presente na exposição”, pontua a curadora, Cecília Fortes.
Anita Schwartz Galeria de Arte. Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea. Abertura: Qua. (6), 19h/21h. Visitação: Seg. a sex., 10h/19h. Sáb., 12h/18h. Grátis.