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Arte em 2022: os destaques das exposições no Rio este ano

Adiada devido à pandemia, mostra de Chagall chega ao CCBB. Museu do Amanhã recebe Sebastião Salgado e MAM tem exibição com curadoria de Denilson Baniwa

Por Kamille Viola
Atualizado em 25 jan 2022, 19h42 - Publicado em 21 jan 2022, 18h54

Apesar das dificuldades causadas pela pandemia, a programação de exposições se manteve aquecida no ano passado, e em 2022 não vai ser diferente. Adaptados aos protocolos de segurança, museus e centros culturais planejam para este ano mostras com perfis diversos, indo de um dos maiores nomes da arte do século XX a curadorias afinadas às narrativas decoloniais, passando por grandes artistas brasileiros de diferentes épocas.

Casa Roberto Marinho

Escultura em bronze polido de Maria Martins
O Implacável (1947): escultura de Maria Martins (Jaime Acioli/Divulgação)

Com a exposição O Tempo Completa — Burle Marx: Clássicos e Inéditos em cartaz até 6 de fevereiro, em seguida o espaço inaugura, em parceria com o MASP, a mostra Maria Martins: Desejo Imaginante. A artista é conhecida por suas esculturas em bronze, seus desenhos e suas gravuras que representam figuras femininas híbridas, assim como mitologias indígenas amazônicas, afro-brasileiras e da antiguidade clássica. Atualmente em cartaz no museu paulistano, a exibição apresenta a mais ampla pesquisa já organizada sobre a artista mineira. A princípio, está prevista para março.

Rua Cosme Velho, 1.105. Ter. a dom., 12h/18h. R$ 5 (meia-entrada). Às quartas-feiras, a entrada é franca. Aos domingos, “ingresso família” a R$ 10 para grupos de até quatro pessoas. Ingressos pelo https://www.megaticket.com.br. É preciso agendar a visita previamente.

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

São Jorge em cima do cavalo branco, em quadro em tons de marrom.
São Jorge e o Dragão, de Miguel dos Santos (Daniela Nader/Divulgação)

O CCBB inaugura dia 16 de março a exposição mais importante do ano, dedicada a Marc Chagall. Organizada especialmente para o Brasil, a mostra apresenta 186 obras, incluindo pinturas, aquarelas, litografias e gravuras desse que foi um dos maiores nomes das artes plásticas no século XX. Em abril, o espaço recebe Movimento Armorial – 50 Anos, homenagem à iniciativa artística de Ariano Suassuna e outros nomes, que tinha como objetivo criar uma arte erudita nacional baseada em elementos da cultura popular nordestina. No segundo semestre, o centro cultural abriga a exposição Playmode, que busca refletir sobre o papel da brincadeira e do jogo em diferentes práticas artísticas, além de questiona sua influência na sociedade.

Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Qua. a seg., 09h/20h. Grátis. É preciso retirar ingresso pelo https://www.eventim.com.br.

Museu de Arte Moderna (MAM)

MAM Rio
MAM Rio: narrativas decoloniais (Fabio Souza/MAM/Divulgação)

Sob a direção artística de Keyna Eleison e Pablo Lafuente desde 2020, o museu tem programação afinada às discussões contemporâneas que pleiteiam espaço para narrativas decoloniais, que fujam de uma visão eurocêntrica do mundo. Em março, o museu inaugura a exposição fotográfica Terra em Tempos, que sugere uma reflexão sobre as construções de identidade nacional a partir da imagem. São 200 obras dos acervos do MAM e uma instalação comissionada da artista visual Aline Motta.

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Em julho, é a vez da mostra Nakoada, com curadoria do artista Denilson Baniwa — que também une seu próprio trabalho artístico à exibição — em colaboração com a equipe curatorial do museu. Koada ou “retorno” é parte do conjunto de éticas de guerra do povo Baniwa. Nos dias de hoje, nakoada seria o entendimento do outro e a capacidade de capturar informações e técnicas não indígenas para construir narrativas que sejam anticoloniais para a continuidade da vida e saberes indígenas. Em outras palavras, uma antropofagia pela arte, ou reantropofagia.

A ideia da exposição — que acontece no centenário da Semana de Arte Moderna de 2022 — é se somar às discussões em torno do ideal modernista no país, cuja construção insiste na invisibilidade de pessoas, criações e narrativas localizadas fora dos grandes centros e originárias de outras visões de mundo. E, além de trazer a crítica, propor pontos de partida alternativos.

Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Qui. e sex., 13h/18h. Sáb., dom. e fer., 10h/18h. R$ 10,00 (meia-entrada) e R$ 20,00. Ingressos pelo https://www.mam.rio/ingressos.

Museu de Arte do Rio (MAR)

Xilogravura de J. Borges em que predominam as cores preta e vermelha, com pessoas em um forró: no canto direito, embaixo, estão os músicos; no resto do quatro, o público, com casais dançando e uma mulher sozinha
Forró Nordestino: obra de J. Borges no MAR (J. Borges/Reprodução)

O museu da Praça Mauá inaugura neste sábado (22) a mostra J. Borges – O Mestre da Xilogravura, dedicada a um dos maiores nomes dessa técnica no país. São quarenta xilogravuras, sendo dez obras inéditas, dez matrizes inéditas e as 20 obras mais importantes da sua carreira. Além disso, conta com um espaço voltado à literatura de cordel, à qual J. Borges também se dedica há cinquenta anos.

Além disso, Crônicas Cariocas segue em cartaz até 31 de julho. Com participação do historiador Luiz Antonio Simas e da escritora Conceição Evaristo na curadoria, a mostra foi construída a partir das pequenas histórias cotidianas que dão vida à cidade. São cerca de 600 obras, entre pinturas, fotografias, filmes e músicas, de mais de cem artistas, entre eles Rosana Paulino, Denilson Baniwa, Arthur Bispo do Rosário, Guignard, Di Cavalcanti e Lasar Segall.

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Yorùbáiano, de Ayrson Heráclito, reverencia em suas obras a herança da cultura iorubá em seu trabalho. A exposição tem curadoria de Marcelo Campos e reúne obras do artista baiano em diversos suportes, como fotografias, vídeos, instalações e objetos, Em seus trabalhos, ele utiliza elementos significativos para as culturas afro-brasileiras, como azeite de dendê, charque, sementes, ervas, sal, açúcar e outros temperos. A mostra vai até março.

Museu de Arte do Rio (MAR). Praça Mauá, 5, Centro. Qui. a dom., 11h/18h. R$ 10,00 (meia-entrada) e R$ 20,00. Ingressos pelo museudeartedorio.org.br.

Museu do Amanhã

Foto em preto e branco traz xamã ianomâmi na floresta amazônica
Xamã Ianomâmi: imagem em mostra sobre a Amazônia (Sebastião Salgado/Divulgação)

O museu recebe em junho a exposição Amazônia, de Sebastião Salgado. O artista passou sete anos (entre 2013 e 2019) fotografando a floresta. O resultado está em mais de 200 imagens em preto e branco. O objetivo de Salgado é chamar atenção para a depredação do maior bioma do mundo. No ano passado, a mostra foi aberta simultaneamente em Londres, Roma e Paris e fez parte das atividades paralelas da COP 26, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021.

Praça Mauá, 1, Centro. Qui. a dom., 10h/17h. R$ 26,00. Ingressos pelo eventim.com.br.

Pinakotheke Cultural

Parte de cima da fachada do casarão branco
PInakotheke Cultural: centenários em destaque (Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro/Reprodução)

Em 2021, o espaço recebeu uma mostra dedicada ao centenário de Lygia Clark. Para 2022, estão previstas duas mostras comemorativas.  Frans Krajcberg – 100 Anos: (Natureza em Preto e Branco) é dedicada ao aniversário de nascimento do artista, morto em 2017. Polonês naturalizado brasileiro, Krajcberg foi pioneiro na discussão sobre a preservação do meio ambiente no mundo das artes. Em seus trabalhos, utilizava como matéria-prima raízes e troncos queimados por incêndios provocados em áreas verdes para dar lugar a pastos.

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Rubem Valentim — 100 Anos homenageia o pintor, escultor e gravurista baiano que uniu técnicas do construtivismo à simbologia da cultura popular brasileira, especialmente as características nordestinas, afro e ameríndias.

Rua São Clemente, 300, Botafogo. Seg. a sex., 10h/18h. Sáb., 10h/17h. Agendamento pelo e-mail agendamento@pinakotheke.com.br ou WhatsApp: 97629-9683. Grátis.

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