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“Espero que não leve mais 30 anos”, diz biólogo sobre projeto de transformar a Lagoa em bioparque

Moscatelli, que há três décadas replanta o manguezal, apresentou proposta de transformar a região em centro ecoturístico à prefeitura e ao estado

Por Paula Autran
Atualizado em 18 out 2021, 18h44 - Publicado em 18 out 2021, 15h17

Trinta e dois anos depois de ter iniciado sozinho o replantio do manguezal da Lagoa Rodrigo de Freitas – o que possibilitou o retorno e a permanência da fauna da região, incluindo as famosas capivaras, além de caranguejos e aves -, o biólogo Mario Moscatelli está mais uma vez arrumando motivos para ser chamado de maluco. É o que ele mesmo diz, depois de, no último sábado (16), ter encaminhado às secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente do Rio, assim como à Rio Águas, um projeto de transformação do entorno da lagoa em bioparque.

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A ideia é dele e de sua filha, Carolina Teixeira Moscatelli, que é arquiteta. Os dois bolaram um espaço público destinado ao bem-estar dos animais, à educação ambiental e à pesquisa sobre as espécies, incluindo o turismo contemplativo de animais silvestres. “O que está sendo proposto são deques panorâmicos com binóculos para a visualização da fauna e do entorno, ilhas flutuantes para atrair as aves que não encontram ainda esse tipo de ambiente na Lagoa”, resume Moscatelli, acrescentando que o projeto também foi encaminhado aos setores interessados da sociedade, como associações de moradores, para receber críticas e opiniões.

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O biólogo defende que as margens da Lagoa e seu espelho d´água possam formar um centro ecoturístico, em sintonia com todas as demais atividades já consolidadas naquele ecossistema. “Leva um tempinho para as pessoas lerem e assimilarem a proposta. Apenas torço que não demore mais 32 anos para isso, até porque meu tempo nesse planeta é limitado, e eu quero ver essa proposta sendo um caminho de fato de recuperação e aproveitamento econômico sustentável do que temos de melhor que é o nosso ambiente”, diz ele, relembrando os idos de 1989, quando ganhou fama de maluco por trabalhar sozinho para transformar a lagoa, á época um local conhecido pelo mau odor provocado por constantes mortandades de peixes:

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“Na época estive na Alemanha com um secretário de meio ambiente de Berlim, e ele me disse que lá também era chamado de doido na década de 1970. Mas no final dos anos 1980, passou a ser visto como visionário. Portanto, que eu não desse muita atenção às críticas e continuasse no meu trabalho, com persistência e musculatura física e intelectual para combater a falta de conhecimento e preconceito”.

Se sair do papel o projeto, a Lagoa ganhará placas informativas sobre fauna, flora e ecossistemas, além de ilhas flutuantes artificiais com a presença de espécies vegetais nativas. Também está prevista a criação de um circuito de visitação náutica por meio de embarcação motorizada em rota ligando o deque do Parque dos Patins ao do Parque do Cantagalo, visitando as franjas de manguezal, assim como a promoção de campanhas educativas sobre a fauna local e programas de replantio envolvendo estudantes das escolas do entorno.

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A secretaria municipal de Meio Ambiente informou que é entusiasta do modelo de concessão capitaneado pela Aegea-Rio Águas e que o projeto que pretende recuperar do ecossistema é bem vindo. Segundo a secretaria estadual de Meio Ambiente, a proposta será avaliada e discutida com os demais órgãos envolvidos, de forma a contribuir para a efetivação do projeto.

No sábado passado (16), os secretários de Meio Ambiente do estado, Thiago Pampolha, e do município, Eduardo Cavalieri, assinaram convênio com Moscatelli e a concessionária Rio Águas para a revitalização do manguezal da lagoa. É a primeira vez que uma empresa privada financia o trabalho que Moscatelli realiza no local há mais de três décadas.

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