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Pretinho da Serrinha denuncia preconceito em laboratório; dona se defende

Cantor afirma que funcionárias partiram do princípio de que ele não teria como pagar 450 reais por exame; 'Foi um mal-entendido', diz dona da clínica

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 23 out 2020, 12h48 - Publicado em 23 out 2020, 12h44

O cantor Pretinho da Serrinha usou sua conta no Twitter, nesta quinta (22), para compartilhar uma entrevista que concedeu ao site Notícia Preta, na qual denuncia ter sido vítima de preconceito racial. Ele conta que  que sofreu discriminação quando foi ao Laboratório Granato, em São Conrado, para fazer o teste do coronavírus.

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“Quando cheguei para fazer o exame, uma senhora me atendeu e perguntou o que eu pretendia. Respondi que queria fazer o exame PCR, e ela logo rebateu: ‘O senhor não está no lugar errado, não? Não está querendo ir à policlínica?’. Ela se referia a uma unidade que tem ali perto, no pé da comunidade da Rocinha. Eu respondi que não, e ela insistiu: ‘Mas o senhor sabe o valor? Custa 450 reais, o senhor sabe disso?’”, contou Pretinho.

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Pretinho conta que “travou” diante da cena e começou a tremer, mas se esforçou para responder. “A atendente chamou a médica, e a médica nem me deu ‘boa tarde’ quando chegou. Já veio com ‘O senhor sabe quanto custa o exame?’. E, aí, eu não me segurei: ‘Vocês acham que não tenho dinheiro pra pagar um exame só porque sou preto? É isso? Eu sei onde estou, sei o valor! Não perguntariam isso se eu fosse branco, perguntariam?’. E começou um tal de ‘não é bem assim, meu marido é negro’ e um monte de justificativas. É complicado. Eles jogam o valor já pra assustar, partindo do pressuposto que não temos condições de pagar”, disse.

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Procurada por VEJA RIO, Kátia Granato, dona da Policlínica Granato, afirma que houve um mal-entendido. Ele teria sido motivado pela reclamação de um casal de clientes que havia acabado de sair do Laboratório Granato. Segundo Kátia, ambos (a policlínica e o laboratório) são vizinhos e pertencem à família. Os preços praticados nos dois, no entanto, são diferentes. “O casal que tinha sido atendido fez o exame e, na hora de pagar, achou que o preço era 280. Esse é o preço da policlínica, que é mais barata. Quando foi informado que o valor no laboratório era 450 reais, fez um escândalo”, diz.

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De acordo com Kátia, Pretinho teria chegado logo depois do casal, “que saiu reclamando muito” – por isso, ainda segundo Kátia, a secretária, “uma funcionária mais velha, atrapalhada, e com muito medo de errar e perder o emprego”, já foi avisando o valor do exame. “Se eu fosse o Pretinho também acharia que foi preconceito. Eu o entendo, mas o que houve foi uma infeliz coincidência”. Perguntada sobre a segunda atendente, que também teria sido incisiva na hora de informar o valor do teste, Kátia diz que ela é negra e agiu desta forma “também no zelo de acertar”. VEJA RIO tentou falar com Pretinho da Serrinha, mas ele não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.

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