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Residência universitária no Flamengo atormenta vizinhos: “Vida virou um inferno”

Terraço do Uliving, que ocupa antigo prédio do Hotel Novo Mundo, é palco de festinhas que varam a madrugada e não deixam ninguém dormir

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 18 set 2020, 18h35 - Publicado em 18 set 2020, 17h58

Em plena pandemia, com apartamentos transformados em escritórios improvisados e saindo muito pouco de casa, moradores da Rua Silveira Martins, no Catete, e da Praia do Flamengo começaram a ser surpreendidos com barulho altíssimo vindo do antigo hotel Novo Mundo.

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O local, que passou por uma longa reforma e se transformou na unidade carioca do Uliving, residência para estudantes, começou a receber os primeiros moradores em fevereiro. O terraço, que nunca foi utilizado pelo hotel, ganhou uma piscina, postes com lâmpadas superpotentes (que chegam a iluminar os apartamentos dos prédios ao lado) e uma área de convivência.

O resultado: festinhas que começam no fim da tarde – entre quinta e domingo – e, por vezes, varam a madrugada. Como o terraço fica colado aos prédios residenciais, os vizinhos do Uliving relatam que a vida virou um inferno nos últimos meses.

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“O terraço é praticamente dentro do meu edifício. Ninguém consegue ler, ver televisão e dormir aos fins de semana, por causa da música alta e do vozerio. No meu prédio, já tem inquilino devolvendo o apartamento, proprietário tentando vender… Começou a doer no bolso. Quem mora nos andares mais próximos ao rooftop do Uliving chega a registrar mais de 60 decibéis dentro da própria casa”, relata Rebeca Alkmin, síndica de um dos prédios da Praia do Flamengo cuja rotina mudou por conta da residência estudantil.

O descumprimento da Lei do Silêncio no Rio, que vale a partir das 22h, pode render multa de até 500 reais para pessoas físicas e de até 5 000 mil para estabelecimentos como bares e restaurantes.

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No dia 17 de agosto, Rebeca enviou uma notificação extra-judicial ao Uliving e afirma que, desde então, eles passaram a desligar a música por volta das 22h, mas a iluminação intensa, o falatório e, em algumas ocasiões, gritaria dos jovens continuam até a madrugada, ecoando pelos edifícios ao lado.

“Quando chega o fim de semana, a gente já se pergunta qual vai ser a trilha sonora. Já teve sertanejo, pagode e até músicas de filmes da Disney em sequência. Na última quinta (17), o barulho perto da meia-noite não me deixava dormir, mesmo com a janela fechada. Resolvi ligar para a recepção do Uliving para reclamar. Fui atendida com deboche por um funcionário dizendo que era mais um vizinho incomodado. Ele me mandou ter paciência, dizendo que já iriam encerrar a festa, mas o barulho continuou”, reclama Renata Pontes, síndica de um prédio da Silveira Martins.

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O Uliving conta com 318 apartamentos mobiliados e 413 camas, já que alguns ‘studios’, como chama a empresa, podem ser divididos por duas pessoas. No momento, 70% dos quartos estão prontos para uso e, desses, cerca de 180 já foram ocupados. As mensalidades variam de 1 750 a 3 150 reais por pessoa, incluindo hospedagem, condomínio, manutenção, IPTU, água, gás e internet, no modelo mais simples.

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O CEO da empresa, Juliano Antunes, garante que o terraço vai passar a ser fechado às 22h todos os dias, já na próxima semana e rechaça o comportamento inadequado dos atendentes que recebem as reclamações do vizinhos inconformados.

“Nós prezamos pela vida em comunidade. O combinado era que os moradores poderiam permanecer na área comum do prédio até a meia-noite, sem música, mas revimos as orientações e agora vamos cumprir a Lei do Silêncio integralmente”, diz Antunes.

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A Guarda Municipal recebeu oito denúncias ao longo deste ano, por meio da Central 1746, sobre perturbação do sossego no terraço do Uliving Rio. Agentes foram até o prédio, nas oito ocasiões diferentes, mas não constataram o ruído. O órgão afirmou à VEJA Rio que vai reforçar a fiscalização e monitorar o local nos próximos dias, para verificar se há descumprimento da lei.

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