Marília Pêra e Fabrício Negri
Duas gerações unidas por uma mesma paixão: os musicais, que revelam, como nenhum outro gênero teatral, se o ator é de fato completo
Abra a internet e consulte, na Wikipédia, por exemplo, o nome Marília Pêra. A lista das peças em que atuou mede quase dois palmos, bem mais que a relação dos papéis que fez no cinema, ou mesmo na TV, prova de que ela é, acima de tudo, uma atriz de teatro. O palco vivo, das risadas sem claque e do choro que o elenco consegue perceber e enxergar, é sua maior paixão desde que começou a carreira, na década de 60. Nos últimos vinte anos, a plateia carioca viu uma dúzia de montagens estreladas pela diva, como Elas por Ela, Master Class (sobre a soprano Maria Callas), Mademoiselle Chanel e Gloriosa. Multifacetada, Marília também dirige, produz e, especialmente em musicais, costuma assinar as coreografias. Num dos espetáculos em que trabalhou recentemente conheceu Fabrício Negri, 27 anos, carioca de Copacabana, que pode ser enquadrado naquela definição clássica do que seria um artista completo: atua, canta, dança e sapateia ? o que não é força de expressão, pois ele já interpretou Fred Astaire. Esteve também em Beatles num Céu de Diamantes, sucesso de público em 2008/2010, e em Fascinante Gershwin, sob a supervisão artística da própria Marília. Não bastasse tudo isso para demonstrar que é mesmo um ator de mil e uma utilidades, cabe dizer que, disfarçado ou não, está sempre na criativa comissão de frente da Unidos da Tijuca ? tente vê-lo em 2012, e pelos próximos vinte anos.