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Ensaio sobre a cegueira

A incapacidade de enxergar ganha muitos sentidos no drama Breu, em cartaz no CCBB

Por Carlos Henrique Braz
Atualizado em 5 dez 2016, 15h44 - Publicado em 10 fev 2012, 19h44

AVALIAÇÃO ✪✪✪

Produções esmeradas e belas atuações povoam o circuito, mas poucos textos em cartaz na cidade se aproximam da excelência de Breu. Autor do drama simples na forma e complexo no conteúdo, Pedro Brício assinou sucessos recentes, a exemplo das comédias Trabalhos de Amores Quase Perdidos e Me Salve, Musical!. Ele mantém o estilo, com diálogos naturalistas, mas não repete a fórmula. Ambientada em um sobrado do subúrbio carioca, nos anos 70, a trama tem ponto de partida insuspeitado: duas mulheres se encontram para preparar os cachorros-quentes que serão servidos em um evento beneficente.

Cega, Carmem (Kelzy Ecard), a dona da casa, contrata a jovem Aurora (Andréia Horta) para ajudá-la. Enquanto picam legumes e cozinham, elas dividem aflições. A anfitriã está sem notícias do irmão, professor universitário e ativista político. Imatura, Aurora amarga divergências com os pais e dúvidas em relação ao homem com quem está se relacionando. As diretoras Maria Silvia Siqueira Campos e Miwa Yanagizawa conduzem o espectador ao universo dos que não podem ver. Nos primeiros dez minutos, Kelzy Ecard interpreta sua personagem no palco às escuras. Em atuação comovente, segue na penumbra durante boa parte da encenação. De olhos fechados, manuseia facas, acende o fogão e lava louça no belo cenário de Aurora dos Campos. A iluminação sutil de Tomás Ribas completa o pacote de acertos.

Breu (90min). 12 anos. Estreou em 18/1/2012. Centro Cultural Banco do Brasil ? Teatro III (80 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2007. Quarta a domingo, 19h30. R$ 6,00. Bilheteria: a partir das 9h (qua. a dom.). Até 11 de março.

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