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Samba atravessado

Inspirada em desfiles do Sambódromo, Adeus à Carne está mais para a confusão dos blocos

Por Carlos Henrique Braz
Atualizado em 5 dez 2016, 15h42 - Publicado em 2 mar 2012, 20h40

Quando Michel Melamed estreou a comédia dramática Adeus à Carne, em 24 de fevereiro, a Unidos da Tijuca ainda comemorava sua vitória no grupo especial. Uma das inovações propostas pelo carnavalesco da agremiação, Paulo Barros, foi teatralizar o desfile, com alguns de seus componentes sobre carros alegóricos fazendo pantomimas. Curiosamente, Melamed buscou o caminho inverso: levou o Sambódromo para o palco, estruturando a montagem com a comissão de frente, o carro abre-alas e passistas. O resultado ficou mais para samba do dramaturgo doido.

Durante a encenação, praticamente sem falas, os atores Bruna Linzmeyer, Pedro Henrique Monteiro, Rodolfo Vaz, Thalma de Freitas e Thiare Maia, além do autor e diretor, entram e saem de cena, mudam de figurino e trocam os cenários numa sucessão de esquetes desconexos. Suposto tema do espetáculo, a crítica a mazelas do Brasil contemporâneo, a exemplo da violência e do desgaste nas relações humanas, não é identificada em meio aos momentos de folia teatral. Como na Sapucaí, o aspecto visual é o melhor da festa. São bastante criativos os adereços e alegorias desenvolvidos por Bia Junqueira, os figurinos de Luiza Marcier e a caprichada iluminação de Adriana Ortiz. Infelizmente, o quesito dramaturgia deixou muito a desejar.

Adeus à Carne (90min). 16 anos. Estreou em 24/2/2012. Teatro Sesc Ginástico (513 lugares). Avenida Graça Aranha, 187, Centro, ☎ 2279-4027. → Quinta a domingo, 19h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 13h (qui. a dom.). Até 15 de abril.

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