Três perguntas para Martinho da Vila
Autor do samba campeão de 2013, Martinho da Vila reúne outras históricas composições no CD Enredos, que ganha lançamento na Miranda
Você compõe para escola de samba desde os 19 anos. Quando surgiu a ideia de reunir em disco essa parte importante, mas nem sempre conhecida, do seu repertório?
Começou como um desejo particular, porque muito do que compus desapareceu. De alguns sambas eu até me esqueci. Minha intenção era fazer um registro de músicas que ficaram perdidas. Carlos Gomes, Tamandaré e Rui Barbosa entraram no disco. Eu me lembrava delas, são do início, da época do Aprendizes da Boca do Mato, mas nunca as tinha gravado.
Como era o processo de criação dos seus primeiros sambas-enredo?
Antigamente, o carnavalesco lançava o tema e saíamos pesquisando para criar. Só depois de escolhida a música é que todo o resto era concebido. O samba era vestido na avenida. Hoje, quando o samba é anunciado, o desfile já está todo pensado.
Enredos é mais próximo do que se ouve hoje no Sambódromo ou dos carnavais de antigamente?
Os arranjos foram feitos para valorizar as melodias e as letras. Os ritmistas e a bateria continuam lá, mas com menos intensidade. É um disco para cantar junto.