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O irresistível apelo dos palcos

Uma seleção de espetáculos com bons textos, interpretações notáveis e apuro cenográfico em cartaz na cidade

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 jun 2017, 13h59 - Publicado em 5 jun 2013, 15h59

Os ventos têm sido auspiciosos para o teatro carioca, e provas disso não faltam. Do início de abril para cá, a cidade ganhou duas salas estalando de novas ? o Teatro Eva Herz, dentro da Livraria Cultura da Cinelândia, e o imponente Teatro Bradesco, no Shopping Village Mall ? e viu a reabertura de outra, o Teatro Antonio Fagundes, na Barra. Ao todo são mais de 1?500 lugares em instalações dotadas do que há de mais moderno em tecnologia e, acima de tudo, muito conforto para a plateia. Do ponto de vista dos espetáculos encenados, vencedores de alguns dos prêmios mais importantes do país ocupam os palcos justamente com as montagens pelas quais foram agraciados. É o caso de Beth Goulart, que está de volta com Simplesmente Eu, Clarice Lispector, que lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz, e de Gregorio Duvivier, estrela do monólogo Uma Noite na Lua, pelo qual foi considerado o melhor ator de 2012 pelo júri do prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. Em se tratando de diversidade, na quarta (5) começa a segunda edição da mostra Cena Brasil Internacional, que neste ano chega à cidade com dezoito espetáculos de cinco países. Em meio a toda essa efervescência, VEJA RIO listou trinta excelentes razões para ir ao teatro. Tem de tudo: de comédias rasgadas a dramas contidos, de musicais com dezenas de atores a monólogos, de montagens experimentais ao teatro clássico. Subvertendo a piada comum entre os cariocas, o caso aqui é de pedir: vá ao teatro e, sim, me chame.

1 – Arte em cena

Um dos maiores atores do país, Antonio Fagundes tem confirmado esse status em Vermelho, atração no Sesc Ginástico. Com atuação vigorosa, que tem sido classificada como a melhor de sua carreira, ele vive o pintor Mark Rothko (1903-1970), nome fundamental do expressionismo abstrato. O filho do ator, Bruno, interpreta um jovem assistente do artista, que vai confrontá-lo com uma nova visão de mundo. “O personagem é um artifício para falar sobre choque de gerações e relações humanas”, diz Fagundes.

2 – Mágicas e gargalhadas

O formato de Como É que Pode?, stand up comedy do ator Gabriel Louchard em cartaz no Teatro das Artes, é quase igual ao de qualquer espetáculo do gênero. Estão lá o comediante, um figurino trivial e o indefectível microfone. Há, no entanto, uma diferença: Louchard faz comédia enquanto diverte a plateia com, acredite, números de mágica. O interesse pelos truques e palcos teve início aos 10 anos, quando ele começou a fazer cursos de mágica e teatro. Agora juntou tudo em um único espetáculo. O resultado é hilário.

3 – Espetáculo à moda antiga

Em um circuito dominado por textos muito recentes ou clássicos modernizados, uma montagem como a de O Tempo e os Conways, no Sesc Casa da Gávea, surpreende. Escrito pelo inglês J.B. Priestley em 1937, o drama sobre a decadência de uma família segue à risca o original. Passada em duas fases, em 1919 e 1940, a peça se vale dos figurinos e da cenografia adequados à época. A opção da diretora Vera Fajardo foi por preservar ao máximo todos os elementos do texto, que sofreu apenas pequenos cortes nos diálogos.

4 – Cinco vezes Ésquilo

Marco zero da história do teatro, as tragédias gregas que chegaram aos dias de hoje se resumem a um punhado de obras de apenas três autores, Ésquilo, Sófocles e Eurípides. O primeiro, o mais antigo do trio, foi escolhido pelo diretor Roberto Alvim para ter toda a sua obra montada de uma só vez. As peças são exibidas no Espaço Sesc às sextas (As Suplicantes e Os Persas), aos sábados (a trilogia Oréstia, dividida em duas partes) e aos domingos (Sete contra Tebas e Prometeu, baseada em Prometeu Acorrentado).

5 – Maioridade artística

Criada em 1992 a partir do encontro de seus integrantes na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, a Cia. Atores de Laura tornou-se uma das mais prestigiadas do Rio, tendo se apresentado em várias cidades do país e até no exterior. O aniversário de 21 anos não é uma efeméride redonda, mas foi razão suficiente para uma comemoração, com três comédias encenadas de terça a domingo no teatro da Laura Alvim: a nova Beatriz e duas do repertório do grupo, O Enxoval e Absurdo. Parabéns para eles!

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Foto: Marcus Mesquita
Foto: Marcus Mesquita ()

6 – Como vencer cantando

Em As Malvadas, o primeiro musical de Charles Möeller e Claudio Botelho, de 1997, a cantora e atriz Gottsha já estava lá. Desde então, ela marca presença em boa parte das produções da dupla, sempre impressionando a plateia com sua voz poderosa. No momento, seus dotes vocais podem ser conferidos em Como Vencer na Vida sem Fazer Força, em cartaz no Oi Casa Grande. Atenção para o último número, quando ela parece ser possuída por uma diva negra do jazz. De arrepiar.

7 – Viagem insólita

Em cartaz no CCBB, Jukebox ? Uma Ficção Científica Musical não é exatamente teatro. Ou melhor, é teatro, mas não apenas isso. Concebida por Flavio Graff, também diretor e ator do espetáculo, a ideia é promover uma mescla de dramaturgia, música, vídeo e artes visuais. Ao chegar, o público recebe um libreto com a sinopse de vinte músicas, a maioria composta por Graff e Felipe Storino, diretor musical. Os pedidos da plateia determinam a programação da noite e, portanto, o andamento da história, que tem uma linha-mestra, mas muda de acordo com a ordem das canções escolhidas. Tudo acompanhado por projeções e vídeos. De fato, é uma experiência de ficção científica.

8 – pirandello em três tempos

Um dos dramaturgos mais importantes da história do teatro, autor de clássicos como Seis Personagens à Procura de um Autor e Assim É, Se Lhe Parece, o italiano Luigi Pirandello havia muito não aparecia pelos palcos cariocas. Pois agora seus admiradores têm motivos para se regozijar. Depois de curta temporada no Espaço Sesc, o ator Cacá Carvalho volta à cidade, no Teatro Gláucio Gill. São três monólogos: às quartas e às quintas, ele apresenta O Homem com a Flor na Boca; às sextas e aos sábados, A Poltrona Escura, desenvolvido a partir das novelas de Pirandello; aos domingos e às segundas, umnenhumcemmil, baseado em um romance do autor. Um prato cheio.

Foto: Tomás Rangel
Foto: Tomás Rangel ()
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9 – À imagem de clarice

Apresentada pela primeira vez em 2009, a peça Simplesmente Eu, Clarice Lispector, atualmente no Teatro Fashion Mall, já excursionou por todo o país e está prestes a chegar a 1 milhão de espectadores. Mérito da atriz Beth Goulart, que mergulhou por dois anos na trajetória da escritora. Além de ter costurado os textos citados em cena, Beth encarna Clarice (1920-1977) com assombrosa semelhança. “Tentei não apenas imitá-la, mas entrar na sua alma”, explica.

10 – Eu e meu cérebro

Primeiro romance de Adriana Falcão, A Máquina tornou-se um grande sucesso em versões para teatro e cinema. A versatilidade da autora é notória. Além de ter textos adaptados, ela própria já escreveu livros, peças, filmes e roteiros para a TV. Em cartaz no Teatro do Leblon, a comédia Tarja Preta é um exemplo dessa efervescência criativa: publicada como um conto, a história de uma mulher autodestrutiva (Letícia Isnard) que fala com o próprio cérebro (Érico Brás) funciona perfeitamente no palco.

11 – Cineasta que virou ator

Com Apenas o Fim, filme de baixo orçamento que escreveu e dirigiu quando ainda era um estudante universitário, Matheus Souza passou a ser considerado um dos nomes mais promissores da novíssima geração do cinema. Aos 24 anos, ele também tem se dedicado ao teatro ? o dramaturgo e diretor Domingos Oliveira, aliás, o adotou como pupilo. Seu trabalho pode ser visto em Stand Up, comédia romântica em cartaz no Teatro Ipanema. Além de assinar e dirigir a obra, o próprio Matheus vive Gabriel, um rapaz frustrado por não conseguir montar uma peça do jeito que sempre quis.

12 – Sucesso londrino

Em cartaz no recém-inaugurado Teatro Eva Herz, o drama O Nó do Coração conta com um selo de qualidade dos bons: escrito por David Eldridge, ganhou o Off West End Theatre Awards de melhor peça inédita apresentada em Londres em 2011. A montagem brasileira é resultado do interesse da atriz Monique Franco, que assistiu ao espetáculo na capital inglesa. “A revista Time Out elogiou a encenação e corri para comprar o ingresso. Acabei conseguindo o último!”, lembra Monique, que adquiriu os direitos da peça, produziu-a e está no elenco. Ela vive Nina, uma jovem drogada que, por causa do vício, entra em conflito com a mãe (Guida Vianna) e a irmã (Camila Nhary).

13 – O gabinete do Doutor freud

Um dos maiores sucessos da atual temporada, em cartaz há seis meses, Freud ? A Última Sessão chama atenção pelo texto. Escrita pelo americano Mark St. Germain, a comédia, em cartaz no Clara Nunes, põe Sigmund Freud (Helio Ribeiro), pai da psicanálise e ateu ferrenho, em confronto sobre a existência de Deus com C.S. Lewis (Leonardo Netto), autor de clássicos como As Crônicas de Nárnia e cristão convicto. Vale observar mais atentamente o cenário em que se dá o embate: o consultório de Freud, reproduzido com impressionante riqueza de detalhes por José Dias. A partir de fotografias, ele conseguiu fazer, por exemplo, uma cadeira que é uma réplica perfeita da utilizada pelo psicanalista.

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Foto: Daniel Spalato
Foto: Daniel Spalato ()

14 – Talentos no porto

Um dos palcos mais animados da cidade, o Galpão Gamboa recebe, desde maio, a mostra Cena Carioca. O nome é sugestivo: estão lá jovens autores que têm contribuído para agitar o circuito teatral do Rio. Um deles é Pedro Brício, que escreveu o drama Breu, em cartaz neste fim de semana e na segunda (3). De sábado (8) até o dia 10, será a vez de Comédia Russa, outro texto seu. Ainda em junho, serão apresentadas as peças Aos Domingos e Quebra Ossos, de Julia Spadaccini.

15 – Machista, mas educado

Escrita pelo argentino Daniel Datola, a comédia Por que Será que as Amamos Tanto?, atração no Teatro Candido Mendes, equilibra-se habilmente em uma corda bamba. O texto apresenta dois amigos (papéis de Marco Miranda e Wesley Aguiar) em uma conversa de bar, discorrendo de forma bem-humorada sobre os incompreensíveis hábitos femininos. Sim, os diálogos são machistas, mas ? e aí está o seu grande mérito ? nunca misóginos. O humor é despretensioso sem ser grosseiro. Prova disso são as risadas das mulheres na plateia, que se identificam com as situações.

16 – Baile com o síndico

Se há uma peça em cartaz no Rio que parece ter sido feita especialmente para que o espectador saia da apresentação cantando, é Tim Maia ? Vale Tudo, o Musical. O espetáculo ocupa o Theatro Net Rio e segue arrastando legiões de espectadores desde a estreia, em agosto de 2011. O clima festivo é garantido pelo repertório de hits do Síndico, como Sossego e Vale Tudo, entoados por Tiago Abravanel e Danilo de Moura ? os dois se revezam nas sessões no papel principal.

17 – Humor em mímica

Fundado por Alvaro Assad, Marcio Moura e Melissa Teles-Lôbo, o Centro Teatral e Etc. e Tal tornou-se uma das mais prestigiadas companhias do país em sua especialidade: montagens que reúnem humor e mímica. Para celebrar duas décadas de existência, a trupe está fazendo, desde o início de maio, no Teatro do Jockey, um apanhado do seu repertório. Nesta semana, a reestreia é dupla e traz uma peça para os crescidos e outra para os pequenos. A primeira, encenada a partir de sexta (7), é Fulano&Sicrano, em que os atores se valem da chamada pantomima literária, uma narração simultânea à mímica. A outra, para a criançada, é O Maior Menor Espetáculo da Terra, uma arrebatadora encenação de um circo de pulgas marcada para sábado (8).

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18 – Retorno aos palcos

Lá se vão quase cinco anos desde que Bruno Mazzeo pisou em um palco pela última vez ? foi na comédia Enfim, Nós, ao lado de Fernanda Rodrigues. Intensamente dedicado ao cinema e à televisão, ele volta à ribalta em Sexo, Drogas & Rock?n?Roll, monólogo do americano Eric Bogosian. Destaque na cena teatral de Nova York nos anos 90, a peça levou um Obie Awards, premiação do circuito off-Broadway. Aqui, Mazzeo vive seis personagens em uma visão irreverente da sociedade moderna.

19 – Pé de valsa

Quem vê Suely Franco bailando com a maior desenvoltura em Seis Aulas de Dança em Seis Semanas, aos 74 anos, não tem como evitar o queixo caído. Em cartaz no Teatro dos Quatro, a peça do americano Richard Alfieri ostenta credenciais de sucesso: desde a estreia em Los Angeles, em 2001, foi traduzida para doze idiomas e encenada em vinte países. Na história, uma senhora viúva e conservadora contrata um professor de dança irreverente (papéis de Suely e Tuca Andrada). Boa parte do encanto vem da atuação da atriz, que desliza no palco ao som de foxtrote, chá-chá-chá e tango.

20 – Amostra cosmopolita

Em sua segunda edição, a mostra Cena Brasil Internacional já se tornou um dos festivais mais importantes do Rio. Neste ano, o evento traz dezoito espetáculos, a maioria no CCBB. Boa chance de conferir montagens de vários países: além do Brasil, há companhias de Portugal, Inglaterra, Bélgica e Argentina. Na primeira semana, um dos destaques é Bane, monólogo cômico assinado, dirigido e estrelado pelo inglês Joe Bone, sobre um mercenário que é perseguido por um bandido: no dia da abertura do festival, quarta (5), às 21h.

21 – Ocupando Dulcina

Meio escondido no Centro, mais especificamente na Cinelândia, o Teatro Dulcina está com um novo projeto de ocupação desde abril. Capitaneada pelo produtor José Mauro Brant, a iniciativa tem como foco a diversidade. “É uma vocação dos teatros do Centro, temos que mostrar um pouco de tudo”, aposta Brant. Duas produções estão em cartaz. De sexta a domingo, Lima Barreto, ao Terceiro Dia, de Luiz Alberto Abreu, que nos anos 90 teve uma montagem dirigida por Aderbal Freire-Filho. Às quartas e quintas, Valsa Nº 6, de Nelson Rodrigues, com Luisa Thiré.

22 – Clássico de roupa nova

Ainda é possível contemplar obras canônicas do teatro sob um novo ? e ainda assim interessante ? olhar? A julgar por R & J de Shakespeare ? Juventude Interrompida, a resposta é sim. Considerada uma das melhores peças de 2011, a montagem brasileira do texto do americano Joe Calarco injeta sangue novo em Romeu e Julieta, clássico do bardo inglês. Atualmente no Teatro Eva Herz, a peça traz quatro atores (Pablo Sanábio, Felipe Lima, Ícaro Silva e Johnny Massaro) vivendo estudantes de um colégio interno na Inglaterra.

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Foto: Caio Gallucci
Foto: Caio Gallucci ()

23 – A volta do fenômeno

Encenada pela primeira vez em 1990, a comédia A Partilha, escrita e dirigida por Miguel Falabella, tornou-se um dos maiores fenômenos do teatro carioca: foram seis anos em cartaz, montagens no exterior e uma adaptação para o cinema. Em 2012, o espetáculo ganhou uma remontagem que estreou no Rio, passou por São Paulo, Vitória e Brasília e agora volta à cidade, no palco do João Caetano. Arlete Salles, Elizangela, Patricya Travassos e Alessandra Maestrini estão no elenco (Arlete

é a única da montagem original). Na história, quatro irmãs passam a vida a limpo ao se reencontrarem no velório da mãe e discutirem a divisão da herança.

24 – Para teens e adultos

Fenômeno entre os adolescentes, a escritora Thalita Rebouças, como era de esperar, repete o sucesso nos palcos com o mesmo público. Em cartaz no Teatro Clara Nunes, o musical Tudo por um Popstar, adaptação de um de seus livros, conta a história de três amigas do interior (Larissa Bougleux, Jullie e Thati Lopes) que viajam ao Rio para ver um show de seus ídolos, a boyband Slavabody Disco Disco Boys. É para jovens, mas mesmo os adultos são fisgados pela vibrante execução do repertório, com canções de O Rappa, U2, Rita Lee, Lulu Santos, Frenéticas e Roberto Carlos.

25 – A luz como coadjuvante

Premiado como melhor ator pelo júri da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro por seu desempenho no monólogo cômico Uma Noite na Lua, de 2012, Gregorio Duvivier está de volta com o espetáculo, no Teatro dos Quatro. Para além do texto brilhante de João Falcão, sobre um autor em bloqueio criativo, chama atenção a maneira como o ator contracena com a luz. Obedecendo a marcas precisas, ele fala com os refletores, profere frases no exato segundo em que a iluminação muda e chuta um facho projetado no palco. “É a atuação mais cirúrgica que já fiz, por ter de jogar com a luz na hora certa. Já disseram até que a iluminação tinha de ganhar o prêmio de atriz coadjuvante”, conta Duvivier.

26 – Ator talentoso, diretor idem

Ator consagrado no palco, Bruce Gomlevsky tem construído uma trajetória ascendente como diretor. Em março, ele recebeu o prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro pela direção de O Homem Travesseiro, drama que esteve em cartaz em 2012. No momento, dá para conferir seu talento na função em duas montagens: o monólogo Pai, com Rita Elmôr, no Espaço Tom Jobim, e o drama familiar Aos Domingos, no Teatro Gláucio Gill. “Sou um diretor aprendiz, estou a serviço do autor e dos atores”, diz Gomlevsky.

27 – Onde tudo começou

Herdeira de pioneiros como Chico Anysio e José Vasconcelos, uma nova geração de humoristas revitalizou o gênero na década passada. Em 2005, quatro amigos ? Cláudio Torres Gonzaga, Fernando Caruso, Fábio Porchat e Paulo Carvalho ? criaram o grupo de stand-up Comédia em Pé. Dele nasceu um espetáculo que segue em cartaz desde então, agora no Teatro dos Grandes Atores. A formação é outra, com Smigol e Victor Sarro no lugar de Porchat e Carvalho. Mas a peça continua de rolar de rir.

28 – A poesia de emily

Um dos grandes nomes da poesia, a americana Emily Dickinson (1830-1886) tem sua obra merecidamente celebrada em Emily. Adaptação de Eduardo Wotzik, também diretor, para o texto de William Luce, o monólogo em cartaz no Poeirinha traz Analu Prestes como a poetisa. Em clima intimista, ela vai narrando episódios de sua vida, entremeados com versos. Em um belo momento, recita: “Se acalmei um coração, não foi inútil viver. Se evitei alguma dor, se te livrei da aflição, e ao pássaro dei calor, sem ninho, na escuridão, não foi inútil viver”.

Foto: Silvana Marques
Foto: Silvana Marques ()

29 – Nordeste pop

Uma trupe de teatro de um futuro distante vai contar a história de Luiz Gonzaga. Com essa descrição sucinta, o diretor João Falcão permitiu que Kika Lopes desse asas à imaginação para criar o figurino do elenco do musical Gonzagão ? A Lenda. “Busquei referências em várias fontes, tanto nos trajes do teatro elizabetano quanto no filme O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, do Terry Gilliam”, explica ela. O resultado é uma esfuziante e colorida mistura, em um lindo visual para embalar a bela música do Rei do Baião.

30 – Estrelas do vidigal

Em 1977, uma tentativa frustrada de remoção de parte dos moradores do Morro do Vidigal marcou a história do Rio. O episódio serve de base para Bandeira de Retalhos, musical do grupo Nós do Morro que, desde novembro, ocupa a sede da trupe, no próprio Vidigal. Com texto e direção musical de Sérgio Ricardo, o espetáculo, apresentado somente às terças, passou recentemente por São Paulo e Lisboa, e contabiliza, até o momento, mais de 7?000 espectadores. Boa notícia: a entrada é franca.

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