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Os conquistadores da América

Sediado em uma mansão histórica no Cosme Velho, o Fox Sports inicia suas operações no país com a credencial de ser o único canal pago a transmitir a Copa Libertadores

Por Felipe Carneiro
Atualizado em 5 jun 2017, 14h40 - Publicado em 27 jan 2012, 19h08

Em estilo neoclássico, o palacete branco de janelas azuis foi construído em 1859 para ser a residência do marechal Pires Ferreira, herói da Guerra do Paraguai. Contrastam com o aspecto histórico do imóvel os modernos equipamentos recentemente instalados por lá: as enormes parabólicas no jardim, os estúdios côncavos e as ilhas de edição que ocupam os quartos do casarão. Não escapou nem mesmo a antiga capela, onde uma foto na parede revela que ali se casou o escritor Machado de Assis. Apinhado de computadores, o templo desativado vai ganhar uma nova função. Será a redação do Fox Sports, emissora de TV por assinatura que escolheu o Rio de Janeiro, especificamente o número 218 da Rua Cosme Velho, para fincar seus pés no Brasil. Dali será transmitida toda a programação, nas telas a partir do próximo domingo (5). A notícia é especialmente importante para os torcedores cariocas. Detentor exclusivo dos direitos de transmissão da Copa Libertadores na TV paga, o novo canal exibirá os jogos de Flamengo, Fluminense e Vasco, que pela primeira vez estão reunidos na principal competição do continente. Os alvinegros também devem contribuir para a audiência da emissora, que no segundo semestre vai mostrar as partidas da Copa Sul-Americana, cujo único representante daqui é o Botafogo. ?Além de sua grande tradição tanto no esporte quanto na produção audiovisual, o Rio receberá a Copa e a Olimpíada. Serviremos de base para a Fox Sports mundial durante esses eventos?, afirma Eduardo Zebini, vice-presidente da empresa no Brasil.

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Apesar da contagem regressiva para a estreia, ainda paira um mistério sobre o canal que o telespectador deve sintonizar para assistir à programação. Os executivos da emissora já acertaram com três operadoras, mas ainda estão em negociação com a NET e a SKY, que abocanham cerca de 70% dos 12,7 milhões de assinaturas nacionais. Por ora, a alternativa é encaixar as atrações no canal Speed, pertencente ao grupo recém-chegado e que conta com 6 milhões de assinantes no Brasil. Porém, a medida pode ser inútil, pois as operadoras não são obrigadas a aceitar a troca. Como SKY e NET têm entre seus acionistas as Organizações Globo, proprietárias também do SporTV – que até a edição passada transmitia a Libertadores -, circula nos bastidores que elas estariam fazendo jogo duro para dar espaço a um concorrente forte. As duas partes negam. ?É um processo natural de negociação. A gente já passou por dificuldades assim, mas as conversas estão adiantadas?, diz Gustavo Leme, vice-presidente do grupo Fox para o Brasil. Em um comunicado oficial, o SporTV se mostra diplomático: ?Acreditamos que a concorrência é saudável e faz com que cada canal procure evoluir. Quem sai ganhando com isso é o próprio telespectador?.

Alheia ao desfecho das transações, a equipe trabalha firme para a emissora estar no ar no próximo fim de semana. São 105 profissionais na sede carioca, entre jornalistas, apresentadores, técnicos e setores comercial e administrativo. Há alguns rostos familiares que vão aparecer na tela. Escalados para dar um aspecto jovial ao canal, a atriz Tammy di Calafiori atuou na novela Passione, enquanto Erich Pelitz teve passagem por Malhação. ?Ainda não sabemos que programa cada um vai fazer. É tudo novo para todo mundo?, conta ela. Ex-repórter da Rede Globo, José Ilan será o editor e apresentador do Central Fox, um noticioso diário. Ele fará comentários em jogos e no Fox Sports Show, uma retrospectiva do fim de semana com apresentação de Eduardo Elias, ex-MTV e ESPN Brasil. O narrador João Guilherme, conhecido pelo bordão ?Que desagradável!?, veio do SporTV. Juiz com atuação em três Copas do Mundo, o gaúcho Carlos Simon falará de arbitragem.

Ainda desconhecido por aqui, o Fox Sports é uma potência. Integra o conglomerado News Corp, do magnata australiano Rupert Murdoch, o segundo maior grupo de mídia do mundo – atrás do grupo Disney -, com receita anual na casa dos 32 bilhões de dólares. Para efeito de comparação, o faturamento das Organizações Globo é cerca de três vezes menor. Presente em 33 milhões de lares em dezenove países, o canal é o líder em seu segmento na Argentina e no México. Em boa parte da América Latina, detém a exclusividade de eventos com enorme apelo, como a Liga dos Campeões da Europa, a Fórmula Indy, o UFC e o torneio de tênis US Open. Agora, é correr atrás da audiência.

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