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Documentário As Canções, peça de teatro Não me Diga Adeus e exposição de Jorge Fonseca
CINEMA
As Canções. Eduardo Coutinho, 78 anos, o mais importante e influente documentarista brasileiro, recorre mais uma vez a um tema simples – e, de novo, colhe depoimentos profundos e tocantes. Diretor de Santo Forte (1999) e Edifício Master (2002), entre outras produções, Coutinho usa em seu mais recente filme o mesmo formato cênico do formidável Jogo de Cena (2007). Apenas uma poltrona sobre um palco serve de apoio para gente comum, a exemplo de Ózio, Isabell, Déa e Silvia, abrir o coração e revelar qual é a música marcante de sua vida. Em dois meses de pesquisa nas ruas do Rio, 42 pessoas falaram para a câmera (apenas dezoito permaneceram após a montagem final). Em geral, as canções mencionadas abordam perdas e separações – não à toa, Roberto Carlos lidera a preferência, com Olha e Não Se Esqueça de Mim. Mas as entrevistas vão além da tristeza e da melancolia. A sorridente inglesa Isabell, por exemplo, arrasa no samba Você Me Abandonou, do portelense Alberto Lonato (dos versos “o castigo que eu vou te dar é o desprezo / eu te mato devagar”), e Silvia relembra um relacionamento de idas e vindas entoando de forma sensível Retrato em Branco e Preto, de Tom Jobim e Chico Buarque. Saiba mais na coluna Cinema da semana.
TEATRO
Não Me Diga Adeus. Com o texto, Juliano Marciano, 23 anos, paulista de São Caetano do Sul, venceu a quarta edição do concurso de dramaturgia Seleção Brasil em Cena, dedicado a jovens autores. A montagem em cartaz no CCBB faz parte do prêmio, mas também o justifica. No palco, João Euclides (interpretado por Nelson Yabeta e, na fase adulta, por Rafael Ferrão) conta sua melodramática história de amor por Luiza (Nina Reis). É ouvido pela Morte (Diego Araújo), em seu encalço depois de saber que ele pretende se suicidar. Sob direção de Gilberto Gawronski, que também assina o cenário kitsch, os atores defendem um espetáculo leve e muito bem-humorado, temperado por hits românticos da lavra de, entre outros, Leandro e Leonardo, sobre a tórrida paixão de João Euclides por Luiza. Saiba mais na coluna Teatro da semana.
EXPOSIÇÃO
Jorge Fonseca. Ele trabalhou como maquinista de trem e marceneiro até 1995. No ano seguinte, premiado em um salão de artes no Paraná, mudou de ramo. Artista presente na coleção de Gilberto Chateaubriand e com participação em mostras no exterior, esse mineiro de Conselheiro Lafaiete mistura de forma original a influência do artesanato de seu estado a toques contemporâneos nas dezessete criações inéditas que exibe na galeria Graphos: Brasil, em Copacabana. Bordados, tecidos, engrenagens e motores são usados na confecção de peças como Menino Azul, instalação de madeira colorida que, acionada por uma manivela, revela o desenho de um garoto correndo. Nos outros trabalhos o efeito se repete – o visitante vê-se diante de obras ao mesmo tempo singelas e engenhosas. Saiba mais na coluna Exposições da semana.