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Diego Hypolito celebra sua primeira medalha olímpica

A extenuante batalha que culminou com uma medalha de prata nos Jogos do Rio permitiu ao atleta exorcizar os demônios que o atormentaram nas duas olimpíadas anteriores

Por Pedro Moraes
10 dez 2016, 00h00

Enquanto Diego Hypolito se preparava para a prova final do solo de ginástica artística na Arena Olímpica do Rio, em 14 de agosto, uma pergunta martelava sua cabeça: “O que estou fazendo aqui?”. A incredulidade receosa que o atormentava tinha raízes profundas. Na mesma prova em Pequim, oito anos antes, Hypolito havia caído sentado no fim de um salto, e a cena, com o ginasta estatelado no chão e prestes a cair no choro, correu o país. Em Londres, levara um tombo de barriga, ainda na fase eliminatória. No Rio, com 30 anos, havia feito uma campanha boa, mas os fantasmas do passado nunca o deixaram em paz, ainda mais em meio à barulhenta e exigente plateia carioca. Sua apresentação foi impecável. Ele não ganhou o ouro, que ficou com o inglês Max Whitlock, mas, mesmo assim, foi virtualmente abraçado pelos 12 000 torcedores que abarrotavam a arena e encerrou sua participação nos Jogos redimido e ovacionado efusivamente pela multidão. “Parece que a prova foi ontem. Lembro de cada detalhe, e as pessoas ainda demonstram o mesmo carinho com que me trataram naquele domingo”, disse o atleta a VEJA RIO há duas semanas, sem esconder sua surpresa com o afeto demonstrado pelos fãs. Ele até arrisca uma explicação: “Ao competir, enfrentei todos os meus medos, e posso dizer a quem quiser ouvir que é possível realizar um sonho”.

A imagem de vitorioso que Diego exibe hoje era inimaginável há três anos. Com o fim da equipe de ginástica do Flamengo, em 2013, ele ficou sem clube. Voltou para o ABC paulista, região da Grande São Paulo onde nasceu, e ficou treinando de favor na Associação São-Bernardense de Atletismo, em São Bernardo do Campo. Ali, morava em um alojamento. Deprimido, perdeu 10 quilos e chegou a ser internado por duas semanas numa clínica, onde foi tratado com terapia e medicamentos. O apoio de um novo patrocinador, dos amigos e da família e o impulso do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) foi fundamental para que ele se reerguesse. “Tive um ciclo muito bom, com o auxílio de psicólogos e nutricionistas. Pela primeira vez não forcei os meus limites”, recorda. O COB teve papel decisivo ao pressionar a comissão técnica da Seleção Brasileira de Ginástica, que cogitava não convocá-lo. “Isso me deixou triste, mas nunca guardei mágoa.” Superado o desafio do Rio, ele sonha com os Jogos de Tóquio — mesmo sabendo que precisa recuperar a forma e tratar as dores na coluna. Poucas emoções são tão inebriantes quanto ser aclamado por uma multidão. Em 2016, Hypolito experimentou isso. E agora quer mais.

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