Caracterizado como um astro pop, algo entre o inglês Mick Jagger e o folclórico brasileiro Serguei, o ator deu vida a C.Q. Lee, ídolo fictício dos anos 70, no musical Isto Aqui É Rock?n?Roll, em temporada até pouco depois do Carnaval. Na mesma época, participou da minissérie Dercy interpretando seu avô, o comediante Oscarito (1906-1970), rei das chanchadas. Com notável capacidade de transformação, Carlos Loffler volta ao papel de roqueiro para apresentar no Studio RJ, na sexta (16), um show com as canções do espetáculo.
Que caminhos você buscou para compor o personagem C.Q. Lee? Vivi parte dessa fase da vida nos anos 70. Cantei em algumas bandas e acompanhei de perto a trajetória de vários roqueiros numa época em que ninguém estava nem aí para o politicamente correto. Era uma loucura. Até hoje, a Rita Lee e o Mick Jagger estão entre minhas principais influências.
Depois dessa fase roqueira, como surgiu o interesse pelo teatro? Foi quando descobri a importância do meu avô. Achava que a formação de ator podia ser interessante para a minha performance no palco, nos shows. Eu era um pouco tímido, então o teatro me ajudou bastante. Mais tarde acabei unindo as duas atividades em muitos dos papéis que vivi no teatro e no cinema.
Como era o convívio em família com Oscarito? Quando ele morreu eu tinha 10 anos. A lembrança que guardo é de uma pessoa recatada. Em casa ele era completamente diferente. Era sério, tímido e até se enrolava na hora de fazer alguma piada. Comecei a ver alguns filmes dele na adolescência e fui pego de surpresa. Eu não conseguia acreditar que ele era capaz daquilo tudo diante das câmeras. Tinha um trabalho de expressão corporal, fazia umas caretas. Hoje sou detentor dos direitos sobre a obra dele. Tenho projetos de exposições, televisão e cinema sobre o meu avô.