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Onze motivos para visitar a exposição sobre Frida Kahlo

Em cartaz na Caixa Cultural, mostra reúne 30 obras da artista mexicana e conta ainda com trabalhos de outras catorze mulheres

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 2 jun 2017, 12h14 - Publicado em 5 fev 2016, 19h46

Superaguardada pelo público carioca após uma temporada de sucesso no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, onde atraiu 600 000 visitantes, a exposição Frida Kahlo: Conexões entre mulheres surrealistas no México chegou ao Rio no dia 30 de janeiro. Em cartaz até 27 de março na Caixa Cultural, ela reúne 30 obras da artista mexicana – 20 óleos sobre tela e 10 obras em papel, entre desenhos, colagens e litografias –, além outros 100 trabalhos de outras quatorze artistas mulheres nascidas ou radicadas no país.

Maior mostra no Brasil sobre este ícone feminista, a exposição tem tudo para se tornar o ponto alto na temporada carioca de artes plásticas. Com a ajuda da curadora Teresa Arcq, VEJA RIO preparou uma seleção com as principais obras que integram o acervo. Confira abaixo e programa sua visita:

Frida Kahlo – El abrazo de amor del universo, mi tierra (México), Diego, yo y el señor Xólotl

“Esso é uma das pinturas mais importantes de Kahlo. Não é apenas um autorretrato, mas a representação do universo e tudo o que era importante para ela. Frida veste um vestido Tehuana, homenageando a cultura matriarcal dos seus antepassados. A terra, que é o México, a abraça como ela abraça seu marido Diego, que é representado como um bebê nu. Um cachorro da raça Xoloscuintle, Xolotl, que era seu favorito, aparece aninhado ao lado das plantas. Frida pinta um duplo universo que abarca tudo, regido pelo sol e pela lua, que por sua vez regem a cosmologia pré-hispânica. Frida chora lágrimas de sangue e seu coração está exposto, evocando o sentimento de dor e solidão que sentia naquele momento. Esta pintura foi feita em 1949, o ano em que Diego pede o divórcio pela segunda vez, com a intenção de pedir em casamento a famosa atriz María Felix.”

Frida Kahlo – Los Fritos de la Tierra 

“Esta é a única pintura na exposição que foi parte da primeira exposição individual de Frida Kahlo em Nova York e também esteve em sua mostra em Paris, em 1939. Frida usa frutas e vegetais nativos do México para criar uma composição simbólica e erótica. Quando este trabalho foi exibido pela primeira vez, o céu estava azul, no entanto, após seu retorno para o México e o posterior divórcio de Diego Rivera, a artista pintou-o e mudou para diferentes tons de cinza.”

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María Izquierdo –  Autorretrato

María Izquierdo Autorretrato
María Izquierdo Autorretrato ()

“Depois de Frida Kahlo, o pintor mexicano que realizou o maior número de autorretratos é María Izquierdo. Contemporânea e amiga de Frida, María seguiu uma estratégia semelhante, ao representar, como neste caso, uma mulher poderosa. Nesta pintura, a artista usa um colar que é uma réplica de brincos encontrados no túmulo da Rainha Vermelha de Palenque, a única mulher governante da qual se tem notícia no passado pré-hispânico do México. Ao assumir-se como ela, Izquierdo usa a tinta para fazer um manifesto, aparecendo como uma mulher poderosa.”

Alice Rahon – Piedad por los Judas

“Alice Rahon chegou ao México convidada por Frida Kahlo, que a introduziu à cultura mexicana, fascinando a mulher francesa. Esta pintura retrata a celebração do Judas que ocorre durante a Semana Santa no México. Artesãos constroem figuras enormes de papel machê na forma de políticos, proprietários ou qualquer pessoa que eles desprezam e tacam fogo sobre elas em uma cerimônia catártica.”

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Alice Rahon – Balada para Frida Kahlo

La balada para Frida Kahlo Alice Rahon
La balada para Frida Kahlo Alice Rahon ()

“A Balada para Frida Kahlo foi realizado por Alice Rahon como uma homenagem a sua amiga Frida Kahlo. Em um grande fundo azul cobalto evocando a Casa Azul –cor escolhida por Frida porque, de acordo com a crença popular, era “protetora contra os maus espíritos” – Rahon pintou numerosas cenas que refletem anos de experiências compartilhadas: a roda da fortuna Coyoacán onde eles passearam juntas; a pirâmide debaixo da qual Diego queria ser enterrado; uma procissão da festa de rabanetes em Oaxaca; uma tenda de bebidas evocando os murais pintados por Frida em “La Rosita”. No final do trajeto, Alice e Frida aparecem personificadas em duas girafas correndo livre.”

Kati Horna – Ode to necrophilia

“Talvez esta seja a mais renomada obra de Horna. Foi concebida como uma história com fotografias, publicada na revista S.nob. A modelo é Leonora Carrington, uma de suas amigas mais próximas. Ela está posando como modelo em uma cama com uma máscara e uma vela acesa sobre o travesseiro. Envolta em um véu preto, está gradualmente revelando partes de seu corpo em cenas que ambivalentemente fazem alusão à dor e ao prazer ao mesmo tempo.”

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Leonora Carrington – Three women around the table 

Coleção-particular-©-Carrington,-LeonoraAUTVIS,-Brasil,-2015
Coleção-particular-©-Carrington,-LeonoraAUTVIS,-Brasil,-2015 ()

“Leonora Carrington pintou numerosas cenas que mostram os rituais em torno da mesa. Para ela, a cozinha é um espaço mágico de reapropriação dos poderes femininos e de experimentação, onde os processos de preparação de alimentos se equiparam com os da pintura. Nesta obra, três personagens híbridos com formas femininas, que se referem provavelmente à mesma Carrington e suas inseparáveis amigas ​​Remedios Varo e Kati Horna, se encontram em torno de uma mesa realizando uma cerimônia mágica. Uma delas já tem uma cabeça de pássaro e as outras parecem estar prestes a passar por uma transformação. Elas estão cercadas por corvos, que de acordo com crenças ocultistas têm a capacidade de transmutar e estão associados com as bruxas.”

Sylvia Fein – Lady Magician

Lady Magician é uma representação do arcano número 1 no tarô: “O Mágico” ou “O Marabalista”. A carta é sempre representado por uma figura masculina que tem uma mesa na frente dele com um grupo de objetos que se relacionam com um dos quatro elementos: água, vento, terra e fogo. Uma de suas mãos está acima com uma varinha e a outra para baixo, uma vez que ele tem o poder de criar e ver o que está acima e abaixo. Representando a si mesma como um mágico Fein está apontando para o poder de um artista do sexo feminino para criar sua arte.”

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Remedios Varo – Minotauro

Remedios Varo - Minotauro
Remedios Varo – Minotauro ()

“Remedios Varo se inspirava frequentemente na literatura ou na mitologia para suas pinturas, mas transformando-as de acordo com sua própria visão. Com sua técnica característica que integra personagens finamente desenhados e pintados em grande detalhe sobre fundos feitos com técnicas surrealistas, como frottage e decalcomania, Varo pinta uma figura com uma cabeça que alterna características de touro e de humano, com um corpo feminino. Minotauro parece ter sido inspirado no conto Asterión, de Jorge Luis Borges, um dos seus autores favoritos. A obra é inspirada no mito do Minotauro e conta a história de um ser que vive em uma casa enorme dotada de infinitas portas sem fechaduras. Na foto, o personagem segura uma chave em sua mão como um elemento que parece simbolizar que ele tenha encontrado uma saída.”

Rosa Rolanda – Self portrait 

“Esta é uma obra autobiográfica que Rolanda fez influenciada pela pintura famosa de Kahlo O que a água me deu. Ela está no centro da composição, com as mãos cobrindo as orelhas, desesperada por acabar de descobrir a traição de seu marido com uma jovem dançarina que ela estava treinando. O resto da tela é preenchido por cenas, objetos e figuras que representam muitos dos aspectos de sua vida no México.”

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Frida Kahlo –  Diego en Mi Pensamiento

Diego en mi pensamiento Frida Kahlo
Diego en mi pensamiento Frida Kahlo ()

“Nesta pintura Frida se autorretrata como uma Tehuana, mulher que vem de Istmo de Tehuantepec, uma região em Oaxaca onde a família de sua mãe era originária, mas também o único lugar no México com uma cultura matriarcal até os dias atuais. Frida leva a imagem do Tehuana para se apresentar como uma mulher poderosa.”

 

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