Eu fui: à cartomante da Rock Street
Repórter de VEJA RIO testa o poder da taróloga que presta consultas gratuitas no festival
Entrei na pequena fila por volta das 17h20. Depois de esperar mais de uma hora, percebi que aquelas treze pessoas na minha frente não significavam uma ?pequena fila?. Formada basicamente por mulheres, apesar da Rock Street estar tomada pelo público masculino, a fila resistiu à demora, que incluiu duas idas da cartomante ao banheiro e constantes interrupções para tirar fotos com as pessoas que passavam.
Cada um que sentava na mesa de Katia Clinquart, 54 anos, taróloga e terapeuta holística, levava em torno de cinco a sete minutos. Olhos arregalados e rosto de aflição mostravam a ansiedade daqueles que esperavam para desvendar o futuro. Uma menina de 15 anos, sorridente, encorajou os demais ao levantar da cadeira: a mulher teria chegado próximo de seus objetivos ao ver nas cartas algo relacionado à cirurgia e viagem de estudos (a jovem almeja ser cardiologista e realizar um intercâmbio).
Minha vez, 18h40. Ela me pediu que fizesse uma pergunta, mas não veio nada a cabeça. Então dividi o baralho empilhado na mesa e escolhi três cartas. Katia as virou e traduziu as figuras da estrela (que representa os sonhos), do carro (portas abertas) e do eremita (retração). Segundo a taróloga, pela combinação dessas imagens minha vida estaria em constante movimentação e caminhando para mudanças significativas – principalmente no trabalho. E quanto ao amor, perguntei? Será que não tinha nada previsto para mim nas cartas? Nada à vista, ela respondeu. É melhor eu voltar para a sala de imprensa e pegar a próxima pauta então.