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Armani? Não, Chugani

Segredo bem guardado entre os executivos do mercado financeiro, os ternos made in India fazem sucesso no Rio

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 dez 2016, 13h42 - Publicado em 30 abr 2014, 17h57

Os profissionais do mercado financeiro gostam de se ver como parte de um universo cifrado, envolto em sigilo, para quem informações privilegiadas têm altíssimo valor. Mas um dos segredos mais bem guardados entre os executivos cariocas que atuam no ramo não diz respeito às ações e aos papéis que negociam, e sim às roupas que vestem. Trata-se de ternos sob medida feitos bem longe do Brasil com tecidos de alta qualidade e que são muito mais baratos em relação a similares nacionais do mesmo padrão. Mesmo não sendo Armani, Zegna ou Brooks Brothers, as peças produzidas pelo indiano Roger Chugani em seu país natal não fazem feio diante das boas marcas. E o preço compensa. Um terno sai por 800 dólares (cerca de 1?900 reais) contra os até 5?000 reais cobrados pelos bons alfaiates do Rio. “Ele acabou se tornando uma unanimidade nos bancos, nas corretoras e nos grandes escritórios de advocacia. Todos os meus ternos e camisas sociais, por exemplo, são do Chugani”, confidencia Felipe Barros, gerente de relacionamento com clientes da XP Investimentos, que, entre outras peças, adquiriu do indiano o conjunto de linho que usou em seu casamento, em 2012.

Comprar as camisas, as calças e os paletós produzidos por Roger Chugani demanda certa paciência. A matriz da confecção fica em Hong Kong, cidade chinesa que oferece generosas vantagens fiscais às empresas lá instaladas. As peças são costuradas na Índia, um país em que até mesmo a mão de obra qualificada é muito barata. Já a encomenda é feita aqui mesmo. Duas vezes por ano, Chugani visita o Brasil, ocasiões em que encontra tanto clientes antigos quanto novos (estes quase sempre por indicação). Em Brasília, por exemplo, ele atende o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Nos encontros, anota a quantidade desejada, combina detalhes, como tipo de corte e acabamentos, e tira medidas. Também já cobra pelas encomendas, sempre em dólares, em espécie ou no cartão de crédito, naquelas anacrônicas maquininhas de comprovantes com papel-carbono. Depois, cabe ao comprador esperar alguns meses. A roupa pode tanto chegar por serviço postal quanto ser trazida pelo próprio alfaiate, por seus sócios ou por funcionários, dentro da mala. Até terça-feira passada (22), Chugani estava no Rio cumprindo um périplo de visitas a clientes que trabalham em lugares como a corretora Ágora, o banco BTG Pactual e o escritório de advocacia BM&A. Procurado por VEJA RIO, ele se recusou a atender a reportagem e chegou a recomendar a alguns de seus compradores que evitassem comentar o assunto. Pelo visto, o segredo dos ternos indianos continuará sendo tratado como inside information no mundo das finanças.

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