À sombra de uma dúvida
No drama de tribunal A Condenação, uma garçonete torna-se advogada para defender o irmão
AVALIAÇÃO ✪✪✪
Duas vezes premiada com o Oscar de melhor atriz (por Garotos Não Choram e Menina de Ouro), Hilary Swank revela-se também uma produtora de faro ao escolher levar às telas histórias reais romanceadas. Depois de Amelia (2009), sobre a aviadora Amelia Earhart, Hilary foi atrás de um drama de tribunal cuja protagonista possui a garra de sua intérprete. Em A Condenação, ela assume o corpo e a alma de Betty Anne Waters.
Essa garçonete de uma pequena cidade do estado de Massachusetts tem uma vida modesta ao lado do marido e de dois filhos. O filme começa com o assassinato de uma mulher em 1980. Sem achar o culpado, uma policial (Melissa Leo) implica com Kenny Waters (Sam Rockwell). Três anos depois, ele é indiciado pelo crime ? seu tipo sanguíneo era igual ao do assassino. Waters vai para a cadeia e tudo faz crer que a Justiça estava certa. Embora casado e pai de uma garotinha, esse sujeito mulherengo e misógino mostra comportamento violento e exibicionista. No tribunal, a ex-mulher e uma amante comprovam tal cafajestice. Só sua irmã, Betty, acredita na inocência dele. Ela abre mão da família e decide se tornar advogada apenas no intuito de pedir a reabertura do processo dali a alguns anos para defender Kenny.
Marcado como o vilão de Ghost, o diretor Tony Goldwyn tem larga experiência com seriados e, não à toa, trouxe para o cinema o padrão da televisão. Isso, porém, não impede a fita de alçar voo e manter a plateia em tenso suspense. Além de retratar uma lição de vida por meio de uma heroína comum (aos moldes de Erin Brockovich, interpretada por Julia Roberts), o roteiro faz bem em preservar a verdade até os minutos finais.
A Condenação, de Tony Goldwyn (Conviction, EUA, 2010, 107min). 14 anos. Estreou em 4/11/2011. Cinemark Downtown 2, Estação Sesc Botafogo 1 e 3, Estação Vivo Gávea 3, Kinoplex Fashion Mall 4, Leblon 1 e 2, UCI New York City Center 6, São Luiz 3.