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Viúva da Mega-Sena é condenada a 20 anos de prisão

Em seu segundo julgamento, Adriana de Almeida foi declarada culpada por homicídio duplamente qualificado

Por Agência Estado
16 dez 2016, 12h16

A cabeleireira Adriana de Almeida, de 39 anos, a Viúva da Mega-Sena, foi condenada a 20 anos de reclusão pela morte do marido, o ex-lavrador Renné Senna, que ficou milionário ao ganhar o prêmio principal da loteria.

A decisão foi proferida na noite desta quinta-feira pelo juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, titular da 2ª Vara Criminal de Rio Bonito (RJ), após três dias de julgamento.

Adriana foi condenada por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa à vítima). Ela foi acusada pelo Ministério Público de ser a mandante da morte do marido. Dois ex-seguranças de Renné, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, foram condenados em julho de 2009 como executores do crime. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão.

O juiz Pilderwasser determinou a prisão preventiva da cabeleireira e ela não poderá recorrer da decisão em liberdade. “A acusada não foi localizada nas tentativas de intimação para o presente julgamento em mais de um endereço. Assim, entendo que a acusada, ao menos por ora, se encontra em local incerto e não sabido. Nesta linha, vislumbro risco concreto à aplicação da lei penal, se mostrando presente a probabilidade de fuga. Desta forma, rejeito a possibilidade de recurso em liberdade e determino a prisão preventiva da acusada”, escreveu.

Nesta quinta-feira, ao ser interrogada pelo juiz, Adriana negou o crime e disse que sua vida “era muito melhor” quando Renné estava vivo. Ela confirmou que transferiu R$ 1,8 milhão da conta conjunta que mantinha com o marido dias depois da morte dele. Mas disse que o gerente do banco mentiu ao dizer que Senna o procurou para cancelar a conta conjunta do casal.

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“Eu podia ter sacado o dinheiro, se quisesse, mas preferi deixar aplicado. Hoje a conta tem mais de R$ 4 milhões e está bloqueada”, afirmou Adriana. A cabeleireira disse ainda que amava o marido e negou ter dito que “apenas nutria carinho” por ele.

No seu depoimento, Adriana contou que conheceu Renné por meio da irmã dele, com quem trabalhou em um salão de beleza, em 2005. O relacionamento entre eles só começou no ano seguinte, depois que Renné ganhou o prêmio. Ela afirmou ainda que não sabia que teria direito à herança deixada pelo ex-lavrador. Disse que foi informada pela imprensa, quando Renné foi morto.

Para responsabilizá-la como mandante do assassinato, a acusação se baseou em conversas telefônicas entre Adriana e Anderson Souza. No dia da morte de Renné Senna, Adriana recebeu oito ligações do ex-segurança do marido. Amputado das duas pernas, por sequelas da diabetes, Renné Senna deixou de ser lavrador e passou a vender doces à beira da estrada, em Rio Bonito. Em 2005, ele ganhou o prêmio milionário ao fazer uma aposta de R$ 1.

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Em 2006, ele e Adriana começaram a namorar e logo foram morar juntos. Adriana afastou o então administrador dos bens do marido e assumiu a gerência das contas. A família do ex-lavrador se queixava de que ela afastava Renné dos parentes e amigos.

Segundo as testemunhas, o relacionamento de Renné e Adriana entrou em crise quando ele descobriu que era traído. De acordo com o gerente do banco, Renné manifestou intenção de cancelar a conta conjunta, movimentada por Adriana. A filha do ex-lavrador, Renata Senna, disse ainda que o pai tinha intenção de excluir Adriana do testamento.

Renné foi morto a tiros por dois encapuzados em um bar em Rio Bonito, a 80 quilômetros da capital fluminense, em janeiro de 2007.

Em 2011, Adriana foi julgada pelo Tribunal do Júri e absolvida. O Conselho de Sentença era formado por cinco homens e duas mulheres. O Ministério Público pediu a anulação do julgamento porque houve contato entre jurados, o que é proibido por lei.

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Além disso, os MP entendeu que os jurados não se ativeram às provas apresentadas. Desta vez, o júri foi composto por cinco mulheres e dois homens.

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