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Veja os bairros e avenidas que concentram o roubo de celular no Rio

Levantamento feito com dados de site colaborativo aponta regiões e ruas onde mais se roubam aparelhos celulares na cidade

Por Cibele Borba e Ernesto Neves
Atualizado em 2 jun 2017, 12h35 - Publicado em 13 jun 2015, 00h59

A atual onda de assaltos de rua tem deixado os cariocas com os nervos à flor da pele. Desde o início do ano, foram registrados na cidade 14 118 roubos a transeuntes, contra 13 425 no mesmo período de 2014, um crescimento de 5%. Entretanto, se esse tipo de crime aumentou relativamente pouco, há outra categoria, bem mais específica, cujas cifras têm avançado em uma escala muito mais impressionante. Trata-se do roubo de celulares, principalmente os smartphones, aparelhos caros e de grande aceitação no mercado receptador de bens provenientes de atividades ilícitas. De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública, 2 151 pessoas tiveram o aparelho roubado entre janeiro e abril deste ano, contra 1 315 no mesmo período do ano passado — um aumento assombroso de 63%. Um levantamento realizado pelo site ondefuiroubado.com.br, uma plataforma colaborativa dedicada a mapear a ocorrência de assaltos em mais de 800 cidades brasileiras, mostra que o prejuízo médio das vítimas é 1 670 reais, segundo valores estimados por elas mesmas nas comunicações de roubo.

Criado com o objetivo de alertar seus usuários sobre as regiões mais perigosas de cada cidade, o site funciona como uma espécie de GoogleMaps do crime, onde as próprias vítimas marcam, a partir de um dispositivo de geolocalização, o tipo de roubo que sofreram — entre janeiro e abril, foram 202 comunicações no Rio. Foi com base nesse tipo de informação que uma seguradora dedicada a vender apólices para celulares, a Bem Mais Seguro, identificou as áreas em que mais se roubam smartphones na cidade. O Centro é a região campeã, concentrando 10% de todos os casos. “Dez anos atrás, joias, relógios e tênis eram os objetos de maior valor dos pedestres. Isso foi totalmente substituído pelos smartphones”, diz Marcello Ursini, o idealizador do levantamento. “E regiões de grande concentração de comércio e escritórios ficam naturalmente mais vulneráveis.”No fim do ano passado, o estudante de marketing Nathan Régis, 22 anos, da Universidade Veiga de Almeida, foi ameaçado com uma faca num ponto de ônibus próximo ao Sambódromo, no Centro, e perdeu seu Galaxy Note 2. Morador de São Cristóvão, ele saía do escritório onde é estagiário por volta das 19 horas. “Estava falando ao telefone quando o assaltante me tomou o aparelho. Puxei de volta por impulso, então ele me mostrou a faca e levou o telefone”, diz Nathan, que já foi assaltado outras quatro vezes.

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A quantidade de multinacionais e empresas de alto padrão na Avenida das Américas, a campeã quando se leva em conta a concentração de assaltos por logradouro, também explica o recorde de roubos. Em seguida estão as avenidas Presidente Vargas, no Centro, e Brasil, na Zona Norte. Quando transitava de carro pela via recordista, em março, a editora de TV Isabel Ramalho teve o vidro do veículo quebrado por um motoqueiro enquanto aguardava para fazer um retorno próximo ao Shopping Cittá América. O assalto ocorreu às 18 horas. “Hoje, qualquer barulho de moto é suficiente para me deixar em pânico”, afirma. Ao dar queixa na delegacia, Isabel ainda ouviu dos policiais que aquele trecho é bastante perigoso, já que os bandidos fogem em alta velocidade em direção a São Conrado. “Mesmo assim, jamais vi um reforço policial por ali”, diz. Para fazer frente ao avanço dos criminosos, a polícia anunciou uma série de iniciativas. Neste mês, também entrou em vigor um conjunto de regras que tem como principal medida a criação de um órgão vinculado à Polícia Civil. Por meio dele, os celulares poderão ser bloqueados na própria delegacia, no momento em que for feito o registro de ocorrência.

O órgão ficará responsável por inutilizar tanto os chips quanto os aparelhos roubados. O serviço é executado pelo número de identificação internacional de equipamento móvel, código de série único de cada aparelho. A polícia terá 72 horas para informar à operadora o modelo do smartphone roubado, assim como os dados do titular. No último dia 26, um contingente de 130 policiais civis realizou uma varredura no camelódromo da Rua Uruguaiana, no Centro, em busca de mercadorias suspeitas. Foram apreendidos 1 100 celulares e 200 tablets. Como muitos comerciantes fecham as portas ao avistar a polícia, foi preciso chegar ao local com mandados de busca e apreensão. “Constatamos a venda de produtos roubados em diferentes pontos do Rio”, diz Claudio Vieira, delegado da 4ª DP (Praça da República). “Ao coibir o mercado de receptação, combate-se de forma eficaz também o roubo de rua”, afirma. Por enquanto, é aconselhável ao carioca ficar mais atento ao sacar seu aparelho na rua.

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