Pernas que deixam saudade
Morre a vedete favorita de Getúlio Vargas, e com ela um pedaço da história do teatro de revista
O Carnaval do Rio perdeu um pouco de sua alegria e de sua irreverência com a morte de Virgínia Lane, na segunda-feira passada (10), em Volta Redonda, no interior do estado. Ela estava com 93 anos (faria 94 no fim deste mês), e desde a década de 70 morava num sítio na cidade de Piraí. Integrante da mais importante geração de vedetes do chamado teatro de revista (veja abaixo outros ícones), teve seu auge ao interpretar, no início dos anos 50, Sassaricando, marchinha carnavalesca de Candeias Júnior, num dos números do filme Tudo Azul, de Moacyr Fenelon. Virgínia foi também corista do Cassino da Urca e integrante da companhia de Walter Pinto, participando de inúmeros musicais. Nascida no Estácio, tinha o América como time do coração (gravou canções em homenagem ao clube), e na juventude era dona de belas pernas, que encantaram até Getúlio Vargas. Ela propalava que teria mantido um caso extraconjugal com o presidente e, há poucos anos, certamente no esforço de divulgar sua biografia, livro que vinha sendo escrito, mas até hoje não lançado, chegou a dizer, em entrevista a uma emissora de rádio (o áudio está disponível na internet), que estaria na cama com Vargas no exato momento em que ele “foi assassinado” ? segundo Virgínia, não houve suicídio. Uma peça com o nome de sua música mais famosa está em cartaz no Theatro Net Rio, em Copacabana, e os atores vêm prestando uma homenagem à atriz, ao fim de cada apresentação.