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Sede da primeira UPP, Dona Marta testemunha episódios de violência

Endereço da primeira UPP sacudido por recentes episódios de violência, favela em Botafogo é modelo do processo de pacificação — para o bem e para o mal

Por Pedro Tinoco
Atualizado em 5 dez 2016, 11h25 - Publicado em 12 mar 2016, 01h00

Dois revólveres, duas pistolas, dois carregadores, 1 000 balas de calibres 40 e 556, material para embalar entorpecentes, 112 cápsulas de cocaína, 6 quilos de maconha, 298 sacolés de maconha, 328 pedras de crack e 291 papelotes de crack. A lista impressionante de apreensões foi exibida pela Polícia Militar no domingo 6, em operação realizada no dia seguinte a um embate com bandidos, também na região, que resultou na morte de um garoto de 16 anos. Indícios da presença do tráfico encontrados por atacado e a primeira baixa em confronto registrada no Morro Dona Marta desde 19 de dezembro de 2008, data da criação da UPP local, provocam medo e insegurança. A Unidade de Polícia Pacificadora instalada na favela em Botafogo foi a matriz do projeto replicado, até o momento, em outras 37 localidades. É considerada um modelo, associado a melhorias como o desenvolvimento do comércio na área e o surgimento de um movimentado polo turístico. Posto à prova, ameaça todo o sistema. Em entrevista à TV Globo na segunda 7, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame reclamou de problemas de execução orçamentária, mas não esmoreceu. “O quadro é significativamente melhor do que era”, afirmou. É importante lembrar que ele tem razão. Antes de virar vitrine do processo de pacificação, o Dona Marta ganhou fama por tristes episódios, como os cinco dias de batalha entre as quadrilhas dos traficantes Zaca e Cabeludo, em 1987. E tinha donos, a exemplo de Marcinho VP, bandido que, em 1996, autorizou a gravação de um clipe de Michael Jackson em seus domínios. O nome da música era They Don’t Care About Us — em português, “eles não ligam para a gente”. As conquistas do Dona Marta são importantes demais para ser postas em xeque. 

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