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Polêmicas na avenida

Barracos, intrigas e vexames fazem parte da história do Carnaval carioca. Relembre 10 fatos que marcaram a folia

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 jun 2017, 14h39 - Publicado em 18 fev 2012, 20h39

Todo Carnaval tem sua polêmica. Algumas repercutem mais, outras nem tanto, mas sempre acontecem barracos, desentendimentos e flagras indiscretos na passarela do samba. Em 2012, antes mesmo de a folia começar, todos já comentam sobre a nova musa do Salgueiro, Vânia Flor. Samba no pé ela tem, mas chamou atenção por outro motivo. Com 104 quilos, Vânia ocupa lugar de destaque na escola da Zona Norte, o de musa, geralmente dado a modelos, atrizes e mulheres saradas. Para relembrar outros fatos inusitados, listamos dez assuntos que movimentaram os desfiles cariocas.

1- Cristo proibido. O último ano da década de 80 foi movimentado. Sob o comando do carnavalesco Joãozinho Trinta, a Beija-Flor levou para a Sapucaí o enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”. Prevista em um dos carros alegóricos, uma réplica do Cristo Redentor foi proibida após a Igreja católica entrar na justiça. Em protesto pela censura, Joãozinho cobriu a peça com plástico preto e uma frase foi exibida pelo carro: “Mesmo proibido, olhai por nós”.

2- Nudez na avenida. Também em 1989, a modelo Enoli Lara desfilou completamente nua pela escola União da Ilha. Com o sugestivo samba-enredo “Festa Profana”, a agremiação trouxe Enoli como destaque do carro Roma Pagã, coberta apenas por um véu. A confusão foi tanta que, em 1990, a Liga das Escolas de Samba proibiu o que chamou de “genitália desnuda”. O veto inspirou o carnavalesco Joãozinho Trinta a criar o enredo “Todo mundo nasceu nu”, que deu para a Beija-Flor o segundo lugar no carnaval de 90.

3- Uma criança para rainha de bateria? Em 2010, o então presidente da Viradouro, o policial Marco Lira, pôs sua filha Júlia para desfilar como rainha de bateria da escola. Com apenas 7 anos, a menina precisou de autorização do Juizado da Infância e Adolescência para entrar na avenida e a polêmica foi repercutida até pela imprensa internacional.

4- A jurada polêmica. Musa do pintor Di Cavalcanti, a modelo Marina Montini arranjou uma tremenda confusão nos anos 80 ao participar da avaliação dos desfiles. Marina deu nota baixa para todas as escolas e deixou em branco a da Mocidade Independente. Sem nota, a agremiação de Padre Miguel acabou ganhando nota dez e deixou as concorrentes para trás, faturando o título.

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5- Prova de amor. A intenção era homenagear seu marido, Eike Batista, mas a modelo Luma de Oliveira causou o maior rebuliço em 1998. Naquele ano, desfilou à frente da bateria da Tradição com uma coleira. Cravejada de brilhantes, trazia o nome do marido. A peça dividiu o público: para uns, uma amostra de amor, para outros, machismo e submissão.

6- Barrados no baile. Em 2005, a Portela enfrentou problemas técnicos em quase todos os carros, o que atrasou seu desfile. Para não estourar o tempo regulamentar de 80 minutos, o presidente da escola, Nilo Figueiredo, decidiu deixar dois carros de fora, assim como a Velha Guarda. Ao tentar entrar no Sambódromo, antigos integrantes, como Tia Surica, deram de cara com o portão fechado. Muitos não aguentaram e desabaram de choro. A imagem comoveu os espectadores e os bambas foram chamados para desfilar junto com a Beija Flor, vencedora naquele ano, no sábado das campeãs.

7- Barrados no baile II. Uma das mais importantes cantoras do Brasil, Beth Carvalho também sofreu com o autoritarismo comum a alguns dirigentes das escolas. No ano de 2007, Beth completaria seu 37° carnaval pela Mangueira. Mesmo assim, foi impedida por diretores de entrar no carro de baluartes, que encerra o desfile da verde e rosa. O veto foi considerado um vexame e Beth acusou o presidente da Estação Primeira, Percival Pires, de maltratá-la.

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8- Alfinetadas. Em 1967, o cantor Chico Buarque foi jurado nos desfiles. Insatisfeito com o samba “Carnaval das Ilusões”, composto por Martinho da Vila e Gemeu para a Vila Isabel, ele deu nota baixa para a escola. Para piorar, segundo as más línguas, Chico teria dormido durante o evento. Em resposta, Martinho compôs “Ciranda, Cirandinha”, em que dizia “Caramba, caramba, nem o Chico entendeu o enredo do meu samba”.

9- Paradinha punida. Em 2011, a Mangueira fez uma pausa de 20 segundos em sua bateria (confira aqui). O feito teve grande impacto no sambódromo e foi elogiado pelo público e por sambistas. Mas, durante a apuração, o jurado Luiz D?Anunciação deu nota 9 para a ala da verde e rosa, prejudicando a escola. Até mesmo o presidente da Liga das Escolas de Samba, Jorge Castanheira, criticou a nota baixa dada por Luiz.

10- Escândalo presidencial. Em 1994, o país vivia momentos turbulentos. Depois de enfrentar o impeachment do presidente Fernando Collor, o Brasil tentava debelar a inflação galopante. Naquele início de ano, no entanto, outro assunto ocupou as manchetes. O presidente Itamar Franco foi fotografado em um camarote da Sapucaí ao lado da modelo Lilian Ramos. O ângulo indiscreto revelou que a moça estava sem calcinha.

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