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Os pequenos notáveis

Bonitos, ágeis, econômicos e ecologicamente corretos, os minicarros caem no gosto dos motoristas cariocas, apesar do preço alto

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 5 jun 2017, 14h59 - Publicado em 17 Maio 2011, 13h23

Você já deve ter notado. Nas ruas da Zona Sul, nos estacionamentos de shoppings e nas portas dos restaurantes descolados, uma nova categoria de automóveis rivaliza com os onipresentes utilitários esportivos de aspecto truculento. São os minicarros, que, com design arrojado e cores chamativas, caíram no gosto dos cariocas. Com dimensões até 30% menores do que as dos compactos nacionais, eles são chamados de city cars. O nome se justifica. Versáteis em meio à confusão viária das grandes cidades, são rápidos e extremamente ágeis. “É perfeito para o trânsito caótico do Rio”, diz a executiva Marie Bandelac, dona de um Mini Cooper Cabrio, modelo importado da Inglaterra. Com pouco mais de 3,5 metros de comprimento, o bólido chega a 198 quilômetros por hora. “Dirigir um carrinho desses é como pilotar um kart”, compara o estudante Phillipe Braga, que ganhou recentemente do pai um Mini Cooper S. O preço, no entanto, é de carrão: começa em 80 000 reais.

Confira a nova geração de minicarros que desembarcou na cidade

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Os veículos ultracompactos surgiram na Europa a partir dos anos 50, como uma forma de estimular o desenvolvimento do mercado de automóveis, então estagnado desde o fim da II Guerra Mundial. Pequenos, baratos e econômicos do ponto de vista do consumo de combustível, tornaram-se muito populares, a ponto de alguns deles ganharem status de símbolo nacional. Como é natural em um mercado tão dinâmico, os pioneiros, mesmo amados por seus proprietários, foram sendo aposentados e substituídos por modelos maiores e luxuosos. Na última década, montadoras resolveram ressuscitar esses ícones do passado, devidamente modernizados. O primeiro deles ressurgiu em 2001, depois que a marca Mini foi comprada pela alemã BMW. Seis anos depois, a Fiat redesenhou e relançou o modelo 500 (pronuncia-se Cinquecento, à moda italiana, com os cês com som de tch), fora de linha desde 1975. Com formas arrojadas, ganhou motor potente que o leva a 182 quilômetros por hora. “Adoro o visual retrô”, conta a atriz Sophie Charlotte, dona de um Fiat 500 Sport.

Sucesso lá fora, o Mini já vendeu no mundo inteiro mais de 1 milhão de unidades apenas na nova versão, e o Fiat 500, cerca de 700 000. No Rio, as vendas de ambos ficam na casa de algumas dezenas a cada mês. Tanto aqui quanto na Europa, os dois carrinhos têm a companhia de um outro exemplar da mesma espécie, ainda mais diminuto. É o Smart Fortwo, de apenas dois lugares, fabricado na França por uma empresa do grupo alemão Daimler, o mesmo da marca Mercedes Benz. Importado desde 2009 e com menos de 3 metros de comprimento, ele privilegia a redução do consumo de combustível, chegando a fazer 23 quilômetros com apenas 1 litro de gasolina. Das 3 000 unidades trazidas até agora ao país, 300 ficaram entre os cariocas. O ator Bruno Gagliasso é um dos seus admiradores. “É prático, confortável e muito charmoso. Moro na Zona Sul, onde ter um desses facilita muito na hora de estacionar”, afirma ele.

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Carlo Brambilla/ Alamy
Carlo Brambilla/ Alamy ()

Além de bonitos, coloridos, econômicos e ágeis, os carrinhos têm um apelo para motoristas que se consideram politicamente corretos. Projetados de acordo com avançados padrões europeus de emissão de poluentes, causam impacto reduzido no meio ambiente. Nesse ponto, o Smart leva vantagem indiscutível. Um estudo conduzido pela consultoria Jato Dynamics com 440 modelos de automóveis apontou-o como o que menos lança dióxido de carbono, um dos principais causadores do aquecimento global. O pequeno francês emite em média 104 gramas do gás poluente por quilômetro percorrido ? o Ford Fiesta 1.0 brasileiro, por exemplo, cravou 183 gramas. Entre os automóveis com motor 1.6, o Mini garantiu a primeira posição expelindo 127 gramas. O Fiat 500 não foi avaliado no estudo, mas, segundo o fabricante, emite 116 gramas, uma cifra respeitável.

Muito do fascínio da nova geração de minicarros vem das agressivas estratégias de marketing que os cercam. O modelo Smart, por exemplo, já foi estrela do filme O Código da Vinci, em que protagonizou um animado pega pelas ruas de Paris, e do remake de A Pantera Cor-de-Rosa. O Mini aparece em sua versão antiga na série Mr. Bean, com o ator Rowan Atkinson, e em Identidade Bourne. A nova versão é quase um personagem no longa Uma Saída de Mestre, com Charlize Theron e Edward Norton. Além da visibilidade no cinema, um outro apelo costuma atrair compradores. Assim que adquire seu Mini, Smart ou Fiat 500, o feliz proprietário pode personalizar o veículo, combinando uma vasta variedade de cores, acabamentos e revestimento dos estofados. O ator e diretor Miguel Falabella, dono de um modelo turbo da marca inglesa, decidiu enfeitar o seu, na tonalidade verde-musgo, com retrovisores brancos e duas faixas, também brancas, sobre o capô. “O bacana é que você passa a ter um carro único”, diz Falabella.

No embalo dos carrinhos europeus, começam a ser vistos no Rio alguns modelos genéricos que proliferam na Ásia. São os chineses Lifan 320, cópia do Mini que custa pouco mais de um terço de seu valor, e o Chery QQ, com grandes faróis redondos, que sai por apenas 22 990 reais. Entretanto, como acontece com muitos produtos que vêm da China, é bom estar atento às diferenças. Sendo mais baratos, eles emitem maior quantidade de dióxido de carbono e o acabamento não é lá grande coisa. Pelo preço, não poderia ser diferente.

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