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Arte construtiva

Leilão milionário vai ajudar a reerguer casas que foram arrastadas pela chuva de 2011 na Região Serrana

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 jun 2017, 14h24 - Publicado em 29 ago 2012, 19h53

Classificada como a pior catástrofe climática do Brasil, a chuva que se abateu sobre a Região Serrana em janeiro de 2011 deixou um rastro de 905 mortos e 191 desaparecidos, atingindo especialmente as cidades de Teresópolis e Friburgo. Em Petrópolis, o lugar que mais sofreu se chama Vale do Cuiabá, distante 15 quilômetros do centro do distrito de Itaipava. Ali a torrente arrastou 158 casas. Na época, autoridades federais e estaduais prometeram verbas de emergência, mas a reconstrução segue a passos lentos. Indignado com a inércia do poder público, um grupo de empresários capitaneado pelo presidente da Federação das Indústrias (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, decidiu unir-se para ajudar no ressurgimento da área. Em julho do ano passado foi criado o projeto Nosso Cuiabá, que agora em setembro entregará as primeiras 24 casas. Recentemente, os empresários depararam com um problema: o objetivo no início da empreitada era construir sessenta residências para os desabrigados, mas a maior parte do dinheiro arrecadado já acabou. A solução encontrada foi até simples: como os Gouvêa Vieira têm bom trânsito no meio das artes plásticas, decidiram promover um leilão, a ser realizado no dia 30, no Parque Lage.

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“Não se fez quase nada por aquela população. Hoje é comum encontrar quinze pessoas numa mesma casa porque simplesmente não têm para onde ir”, conta Lucília Gouvêa Vieira, filha de Eduardo Eugênio, organizadora do evento. Foram reunidos setenta trabalhos, doados por uma constelação de artistas, entre eles José Bechara, Vik Muniz e Beatriz Milhazes. O quadro com o maior lance inicial (44 000 reais) é Maxixe, de Gabriela Machado, e, se alguém bater o martelo por esse preço, já estará ajudando a erguer quase meia casa na serra – uma moradia de dois quartos está saindo por 100?000 reais.

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Com cenografia de Bia Lessa e previsão de que tudo seja vendido em no máximo noventa minutos, o leilão será realizado para uma plateia restrita. Cada um dos 350 convidados pagou 500 reais pelo privilégio de participar, com direito a um jantar preparado por chefs como Claude Troisgros e Roberta Sudbrack. Entre os nomes já confirmados estão representantes das galerias Anita Schwartz, H.A.P. e Mercedes Viegas. Antes de ganharem novos donos, todos os trabalhos ficarão expostos ao público, entre os dias 27 e 29, na Bolsa de Arte do Rio (Rua Prudente de Morais, 326, Ipanema). A mostra, com entrada gratuita, é uma ótima oportunidade para ver de perto obras de arte que são bonitas em si e, a partir de agora, se tornam mais importantes ainda, porque ajudarão a reerguer casas e sonhos na serra fluminense.

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