Saudade do Mário Lago
O artista de muitos talentos é homenageado com uma alentada mostra no Arquivo Nacional
Poesia, música, literatura, rádio, teatro, cinema, televisão, política. Foram muitas as áreas nas quais Mário Lago (1911-2002) transitou com igual desenvoltura. Um ano depois do seu centenário, essa trajetória múltipla é relembrada na exposição Lago Eu Sou ? Um Homem do Século XX, com abertura prevista para terça (27) no Arquivo Histórico Nacional. Sob a curadoria do caçula Mário Lago Filho, a mostra reúne cerca de 250 itens, na maior parte fotografias. Nas imagens, o homenageado aparece de beca na época de sua formatura na Faculdade Nacional de Direito, em 1933. Outros registros o flagram com amigos, como os atores Brandão Filho, Paulo Gracindo e Ziembinski ou o cantor Orlando Silva e o pianista Custódio Mesquita, seu primeiro parceiro musical.
Há ainda cartazes de filmes em que atuou, poucos, mas importantes, a exemplo de Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha. Entre os discos selecionados para exibição está o 78 rotações com Ai que Saudade da Amélia, de 1942, clássico da música brasileira, parceria de Lago com Ataulfo Alves. Algumas de suas canções poderão ser ouvidas pelos visitantes, bem como trechos de programas de rádio dos quais participou. Aparições na televisão ? foram mais de 100 programas ? também estão no acervo. Uma sala à parte será dedicada aos prontuários das prisões que Lago, comunista convicto, sofreu em 1932, 1941, 1949 e 1964. Dica para quem quiser saber um pouco mais sobre o artista: Na Rolança do Tempo, saboroso relato autobiográfico,
foi relançado pela José Olympio Editora (R$ 57,00, 358 págs.).
Lago Eu Sou ? Um Homem do Século XX. Arquivo Histórico Nacional. Praça da República, 173, Centro, ☎ 2179-1228/1273, ? Central. Segunda a sexta, 10h às 18h. Grátis. Até 24 de maio. A partir de terça (27).