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O crime perfeito

Jovens usam vaporizador para consumir maconha em lugares públicos

Por Bruna Talarico
Atualizado em 5 jun 2017, 14h26 - Publicado em 8 ago 2012, 13h17
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As obras do suíço Alberto Giacometti, atração de uma mostra no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, são famosas por retratar figuras humanas com pouco ou nenhum detalhe, quase como sombras. Dia desses, duas visitantes caminhavam calmamente pela exposição e, discretamente, passavam de mão em mão o objeto da foto ao lado. O que ninguém podia supor é que, na verdade, elas estivessem utilizando a engenhoca para fumar maconha em meio às esculturas do artista. O tal aparelhinho, de design arrojado e muito similar a um walkie-talkie, é um vaporizador portátil que queima qualquer fumo ou erva, do tabaco à maconha, e não emite fumaça nem deixa cheiro no ambiente. Sucesso de vendas nos Estados Unidos e na Europa, onde é fabricado e vendido por cerca de 150 euros (o equivalente a 400 reais), ele já vem sendo usado pelos fumantes cariocas em locais fechados como centros culturais e até mesmo restaurantes conceituados do eixo Ipanema-Leblon.

Comercializado como um dispositivo para aromaterapia, que comporta ervas de uso doméstico, a exemplo da camomila e do eucalipto, o aparelho virou rapidamente o objeto de desejo da turma dos maconheiros. Chamado de Iolite, nome de um cristal azulado ao qual se creditam propriedades terapêuticas, ele cativou o público não só pela discrição, mas também pela promessa de diminuição dos malefícios provocados pela ingestão da erva. Um estudo sobre a volatização da Cannabis sativa, nome científico da planta, realizado na Universidade da Califórnia pela equipe do oncologista Donald Abrams, concluiu que o processo da vaporização não libera toxinas danosas, como o monóxido de carbono, já que o aparelho apenas aquece as substâncias. Os pesquisadores concluíram que, sem a combustão e com a ingestão de vapor no lugar da fumaça, eliminam-se os riscos referentes a câncer de pulmão e doenças do coração.

Aos que se animaram com a novidade, alguns avisos. O pessoal do cigarrinho, o tradicional, vendido nas bancas de jornal, pode comemorar e voltar a soltar suas baforadas ? ou melhor, vaporadas ? nas mesas de bares e restaurantes. Já a turma da erva proibida, mesmo discreta, está sujeita a punições. “Não importa se está em lugar aberto ou fechado, o problema é o consumo de uma substância ilícita. Nesse caso, é aplicada a legislação federal antidrogas”, explica o presidente da Comissão de Políticas sobre Drogas da OAB-RJ, Wanderley Rebello de Oliveira. Se pego em flagrante, o indivíduo é fichado como usuário e, no caso de ser reincidente, pode levar uma admoestação verbal, uma espécie de lição de moral dada pelo juiz.

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