Geografia do samba
Uma vez lançado o CD do Grupo Especial, o carioca vai decorando refrões e temas que vão passar na Sapucaí em 2013. Quatro dos doze sambas dão conta de enredos geográficos. E o gigante Pará, assunto da Imperatriz, sozinho é maior que todos os outros lugares homenageados. A Alemanha foi a nação escolhida por Paulo Barros para tentar mais um título pela Unidos da Tijuca, que prepara surpresas no setor do Muro de Berlim. Estreante na elite, a Inocentes de Belford Roxo mostrará tradições e a cultura da Coreia do Sul. E o nosso estado será tema da Grande Rio, com foco na atual luta pelos royalties do petróleo. Seu samba, que não é exatamente uma maravilha, tem pelo menos um mérito: não traz, em nenhum verso, a palavra “royalty” ? dos males, o menor. Veja, abaixo, o “tamanho” de cada enredo.
Memória da cidade
Em 1960, antes de inspirar Tom Jobim e Vinicius de Moraes na canção Garota de Ipanema, Helô Pinheiro posava na areia para o francês Milan Alram. Aos 17 anos, mantinha os cabelos pretos e usava maiô bem-comportado, nos padrões da época. A foto faz parte da exposição Mulheres do Rio e enfeita, até 31 de janeiro, a parede do bistrô Brigite?s, no Leblon. Idealizadora da mostra, a restauratrice Ana Carolina Gayoso reuniu também cliques do baiano Evandro Teixeira e do russo Jacob Polacow – há registros de belas cariocas anônimas passeando na orla de Copacabana e pelas calçadas musicais de Vila Isabel.
Orgulho de ser carioca
O Rio tem muitos símbolos, entre belezas naturais e interferências que a mão do homem aos poucos agrega à paisagem urbana. Uma camisa recém-lançada (à venda nas lojas da Reserva em Ipanema, Botafogo e Barra) parece buscar um recorde: a maior quantidade de citações de ícones cariocas por centímetro quadrado de pano. Ela é o resultado de parceria do Grupo AfroReggae com o coletivo alemão Eboy, especializado em mosaicos digitais. Confira, ao lado, os pedacinhos da cidade achados na estampa. Há pelo menos dez. E olha que nem falamos das costas.
Vinho no lugar de cachaça
Uma mistura inusitada acaba de surgir num bar-restaurante com nome em inglês, o Applebee?s, localizado dentro de um shopping americanizado, o New York City Center, na Barra da Tijuca. E a própria bebida ganhou um nome híbrido: é a Wine Caipirinha. Sua receita utiliza vinho, em vez de cachaça. Acima, da esquerda para a direita, estão os copos com os três drinques, todos bem coloridos: o de lichia com vinho branco, depois o de abacaxi com hortelã e vinho branco e, no fim, aquele que tem tudo para ser o mais pedido, a caipirinha de morango e uva rubi com rosé. Cada dose custa 12,70 reais. O item vai ficar no cardápio até o fim do verão.
A esquina da tatuagem
Começa na sexta (4), com a expectativa de reunir 40?000 pessoas, a convenção internacional Tattoo Week, pela primeira vez realizada na cidade. Serão montados 170 estandes no Armazém 4 do Cais do Porto, e, da mesma forma que bienais de literatura costumam dar nome de escritores a seus corredores principais, o evento escolheu gente do ramo para botar nas placas de suas ruas internas. A maior avenida se chama Lister Boris, em referência a um dos pioneiros dessa atividade no Rio de Janeiro (abriu loja no longínquo 1968). Ela cruza com a Rua Ana Velho, a primeira mulher profissional no meio. Será o point da feira. Abaixo, as seis lojas sediadas nessa esquina.